Artigo do Leitor: “Num mundo de ameaças, o Brasil fala de cooperação”

por Carlos Britto // 24 de outubro de 2025 às 20:27

Foto: Lula (Ricardo Stuckert-PR)/Trump (Shutterstock /Joshua Sukoff)

O leitor Aristóteles Cardona faz uma análise pertinente, neste artigo, sobre o cenário mundial em crise, as facetas da extrema-direita e o papel relevante do presidente Lula em dissipar essa crise por meio do diálogo.

Boa leitura:

A política internacional entrou numa fase de rearranjo acelerado. O que antes se resolvia em gabinetes agora é decidido em posts, ameaças e alianças improváveis. No meio desse turbilhão, a extrema-direita global parece ter encontrado um novo fôlego, vestindo roupagens diferentes, mas mantendo o mesmo projeto de fundo: enfraquecer a democracia, desacreditar as instituições e colocar o Estado a serviço dos bilionários.

O que se vê hoje é uma disputa geopolítica marcada pela tentativa da extrema-direita de transformar crises globais em palco para suas ambições internas. Trump voltou a usar o discurso nacionalista para justificar protecionismo e sanções, enquanto partidos da Europa central tratam migrantes e minorias como inimigos existenciais. O que muda de país para país é o sotaque da intolerância. No Brasil, o eco desse movimento ressoa com força entre quem acredita que a soberania é o direito de desrespeitar os outros e que o patriotismo se mede pela quantidade de inimigos inventados.

Essa nova configuração mundial tem um elemento comum: a tentativa de transformar medo em projeto político. É a exploração sistemática da insegurança das pessoas, canalizada em discursos que prometem ordem e força, mas entregam autoritarismo e desinformação. O velho truque da história reaparece com cara nova, agora impulsionado por algoritmos e por uma comunicação que salta fronteiras em segundos.

Enquanto isso, Lula tenta, e tem conseguido, se afirmar como uma liderança mundial corajosa, que fala de paz quando o mundo fala em guerra, que insiste na cooperação quando tantos escolhem o isolamento. A despeito das sabotagens internas e externas, o Brasil volta a ser ouvido, volta a propor pontes num tempo em que quase todo mundo quer construir muros.

O que está em disputa é o lugar que o Brasil quer ocupar nesse novo tabuleiro. Ser mero espectador de uma disputa entre potências ou afirmar-se como país capaz de falar em nome dos que ainda acreditam em justiça e cooperação. O desafio é enorme, porque envolve resistir às pressões econômicas e ideológicas que empurram o mundo para o autoritarismo. Ainda assim, há algo simbólico em ver o Brasil defender o diálogo num tempo em que a maioria só sabe ameaçar.

A extrema-direita global se reinventa com velocidade, mas carrega a mesma essência que a moveu no século passado: o culto à força e o desprezo pela empatia. O que pode derrotá-la não é o espelho, e sim o contrário disso. Num mundo fragmentado e em crise, afirmar a solidariedade como eixo político é mais que resistência, é estratégia de sobrevivência.

Aristóteles Cardona/Médico e Professor

Artigo do Leitor: “Num mundo de ameaças, o Brasil fala de cooperação”

  1. Pensador. disse:

    Saber que ainda existem pessoas sensatas e normais traz um pouco de alívio a quem ainda está conectado com a realidade. Parabéns pela inteligência e pela lucidez. Obrigado por me fazer enxergar uma luz no fim do túnel.

  2. Antônio Marreco disse:

    Perfeita percepção do momento atual. A bandeira do medo, que tem sido empunhada pelos EUA, não pode presidir as relações internacionais. Parabéns ao articulista.

  3. Patricio Emerson disse:

    Em qual planeta esse Aristóteles vive?
    Que artigo tosco…

  4. Sempre Atento disse:

    Quando fala em extrema direita já não tem moral nem uma para escrever nem um artigo, do ladrão ,defensor de traficantes e tudo que não presta ele passa a língua, vc só enrola jumentos e retardados com esses artigos.

  5. Edilberto disse:

    O que estamos vivendo no Brasil de hoje, o ex presidiario presidente através de clientelismo, distribui o dinheiro do contribuinte com esmolas, bolsas a pessoas improdutivas, para usar drogas e bebidas. Sem PRODUÇÃO, quem vai pagar está conta depois? Empresas já não acham mais trabalhadores para trabalhar! Fala muito o petista COMUNISTA, não faz nada prático só critica, na prática a teoria é outra. EUA ajudam países ditatoriais com negociações e financeiro, “Derruba ditadores tiranos”, já acabou com guerras na prática. Essa é a realidade pra quem aceita a verdade, está ai pra todo mundo ver. No regime militar o governo criava “frentes de emergência”, limpeza de rodovias, vias públicas, o sujeito trabalhava e sustentava a família com dignidade, sem “esmolas” ou bolsas. Hitler dizia: “você depena galinhas, depois distribui migalhas e elas fazem filas para segui-lo”. Políticos no Brasil só pensam em “roubar”, não investem no progresso do pais, ai querem confrontar a maior potência do planeta, ainda bem que EUA é a maior democracia da terra. Invistam no Brasil e parem de contestar países democratas super potências, acabem com a roubalheira! Hoje é difícil acreditar na imprensa negra, redes, políticos, justiça, é o caos social no Brasil. A cada dia explode mais corrupção nas instituições públicas. Aconselho a leitura da fábula o “Rato que Ruge”, retrato do brasil de hoje. A fabula inglesa “O Rato Que Ruge” é uma comédia britânica de 1959, dirigida por Jack Arnold e baseada no livro homônimo de 1955 do escritor irlandês Leonard Wibberley. Essa é a minha visão de Brasil, hoje.

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