Ter um diploma de ensino superior ainda faz diferença no Brasil: quem conclui a graduação pode ganhar, em média, 148% a mais do que quem tem apenas ensino médio, segundo o relatório Education at a Glance (EaG) 2025, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essa diferença salarial é maior que a média dos países da OCDE, que é de 54%.

Apesar da vantagem, a educação superior enfrenta desafios no país. Apenas 20,5% dos brasileiros com 25 anos ou mais têm ensino superior completo. Entre os jovens que ingressam na graduação, 25% abandonam os estudos após o primeiro ano, quase o dobro da média da OCDE, que é de 13%. Além disso, menos da metade dos estudantes conclui o curso dentro de três anos do período previsto, contra 70% da média dos países-membros da organização.

O relatório também aponta que quase um quarto dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos não estão empregados nem estudando (NEET), percentual acima da média da OCDE, de 14%. A situação afeta mais mulheres: 29% delas estão nessa condição, contra 19% dos homens. Entre os fatores para a evasão estão o descompasso entre as expectativas dos estudantes e o conteúdo dos cursos, além da falta de orientação profissional e apoio insuficiente aos novos ingressantes.

Outro ponto destacado é a diferença de gênero na conclusão dos cursos: no Brasil, 53% das mulheres que iniciam o bacharelado concluem dentro do período esperado ou até três anos após, contra 43% dos homens. A média da OCDE é de 12 pontos percentuais, enquanto o Brasil apresenta 9 pontos. O levantamento reforça que, embora o ensino superior proporcione melhores salários e oportunidades, ainda há desafios significativos para garantir que mais brasileiros concluam seus cursos e ingressem no mercado de trabalho com qualificação. (Fonte: Agência Brasil)