O advogado de 34 anos, suspeito de estupro de vulnerável contra a filha de 16 anos, no município de Inajá (PE), Sertão do Moxotó, foi transferido neste sábado (30) para o Presídio Advogado Brito Alves (PABA), em Arcoverde. A prisão preventiva foi determinada pela Justiça após ele descumprir medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. O investigado havia sido preso em flagrante em 16 de agosto, mas foi liberado no dia seguinte para cumprir as medidas cautelares da Lei Maria da Penha. A identidade do suspeito não foi divulgada para preservar a vítima.
A transferência ocorreu após audiência de custódia realizada na última sexta-feira (29), que confirmou a legalidade do mandado de prisão. Segundo a polícia, o advogado não instalou a tornozeleira no prazo determinado e foi visto consumindo bebida alcoólica em um bar. Diante dessas irregularidades, o delegado responsável comunicou o descumprimento ao juiz, que então decretou a prisão preventiva. Familiares da adolescente relataram que o advogado nunca demonstrou afeto ou proximidade com a filha. Segundo um parente, ele chegou a duvidar da paternidade e só reconheceu a menina após um exame de DNA, mantendo uma relação distante desde então.
O inquérito policial mostra que a investigação se baseia em prints de mensagens trocadas entre o advogado e a adolescente. Nos diálogos, ele envia conteúdos de teor sexual, insiste para que a vítima visualize os arquivos e pede que não conte a ninguém. Em uma das conversas, pergunta se a filha estava sozinha e se a avó lia as mensagens. Em outro trecho, admite que gostaria de mostrar “uma coisa”, mas que poderia parecer “safado”. Em seguida, envia vídeos íntimos, apaga e depois insiste em reenviar. A adolescente bloqueou o contato logo após receber o material. No depoimento à polícia, o advogado afirmou que trocava mensagens com outra mulher ao mesmo tempo em que falava com a filha e que teria enviado os vídeos “por engano”.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)/Seccional Pernambuco, informou que a Comissão de Direitos Humanos abriu representação contra o advogado no Tribunal de Ética e Disciplina, com o processo correndo em sigilo. Até a última atualização da reportagem, a defesa do investigado não havia se manifestado. (Fonte: g1)


