Focado na gestão o prefeito de Juazeiro, Andrei Gonçalves, se aproxima do seu primeiro grande teste político desde que venceu a eleição municipal: a disputa eleitoral de 2026. À frente do principal município do norte da Bahia, ele terá que demonstrar habilidade e articulação para sair fortalecido do pleito, sobretudo no que diz respeito à formação de uma base política sólida na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.
Sua trajetória até aqui é marcada por um certo ineditismo. Chegou à prefeitura como uma alternativa de terceira via e virou o jogo quase nos acréscimos, desbancando uma candidatura bem estruturada, com chances reais de vitória. Agora, o desafio é outro. Andrei aposta em três nomes para a disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa: os deputados Roberto Carlos e Zó, além de Juvenilson Passos. Este último parece ser, até o momento, o mais organizado no xadrez eleitoral.
No entanto, sua principal base de apoio está em Sento Sé, e não em Juazeiro. Caso consiga melhor desempenho na cidade do que os concorrentes locais, o feito pode acabar gerando desconforto político — especialmente entre os aliados que esperam uma candidatura com raízes mais profundas em Juazeiro.
Outro ponto sensível é a ausência, até aqui, de um nome local apoiado por Andrei para a disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados. Nos bastidores, a possibilidade de o prefeito apoiar Jaime Vieira Lima, do MDB, seu partido, parece cada vez mais concreta. No entanto, essa opção levanta uma questão: Juazeiro, hoje representada apenas por Adolfo Viana (PSDB) em Brasília, precisa com urgência de uma liderança que represente diretamente os interesses do município no Congresso.
O cenário impõe a Andrei a necessidade de calibrar bem suas escolhas. O desempenho dos seus candidatos em Juazeiro será lido, inevitavelmente, como um termômetro de sua força política. E, mais do que nunca, será a urna quem dirá se o prefeito segue no ataque ou se será obrigado a recuar para o meio de campo.


