O IPCA subiu 0,24% em junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. Com o resultado, o Brasil completou seis meses consecutivos acima do teto da meta de inflação, o que configura descumprimento do regime de metas estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.

Nos últimos 12 meses, a inflação oficial chegou a 5,35%, ultrapassando o teto de 4,5% permitido pela meta contínua em vigor desde janeiro. A meta central é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Com o estouro, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá que enviar uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos do desvio e as providências que serão adotadas.

A energia elétrica residencial foi o principal fator de alta no semestre, com variação de 6,93% de janeiro a junho, puxando o IPCA acumulado. Foi o maior aumento para o setor em um primeiro semestre desde 2018.

A mudança sucessiva de bandeiras tarifárias , de bônus em janeiro à bandeira vermelha em junho, ajudou a pressionar os preços.

Veja os grupos que mais subiram em junho:

• Habitação: +0,99%

• Vestuário: +0,75%

• Transportes: +0,27%

• Despesas pessoais: +0,23%

• Artigos de residência: +0,08%

• Saúde e cuidados pessoais: +0,07%

• Comunicação: +0,11%

• Educação: 0,00%

O único grupo com queda foi alimentação e bebidas, que recuou -0,18%, ajudando a conter uma inflação ainda maior.