Moradores do Nova Morada, localizado por trás do bairro Nova Juazeiro, voltaram a denunciar uma operação de desocupação realizada na madrugada desta segunda-feira (7). Máquinas da prefeitura, acompanhadas por agentes da Guarda Civil Municipal e da Secretaria de Ordem Pública e Habitação (SOPH), chegaram ao local para demolir moradias construídas em área pública. A ação gerou pânico entre as famílias, que relatam ter sido surpreendidas enquanto dormiam.
Segundo uma moradora ouvida pelo blog, essa é a segunda vez que a comunidade enfrenta uma situação semelhante. “O caso está na Justiça e eles vieram novamente, sem ordem judicial. Um morador foi preso, agredido, e ainda dispararam tiros para cima pra tentar assustar a gente”, relatou. Os moradores questionam a legalidade da ação e denunciam o uso excessivo da força.
O episódio acontece no mesmo local onde, em maio, uma operação semelhante já havia provocado protestos. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o desespero de famílias, incluindo crianças, diante da presença de retroescavadeiras e forças de segurança durante a madrugada.
Procurada pelo blog, a Prefeitura de Juazeiro enviou nota sobre o caso. Segundo a gestão, a operação atende recomendações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e do Comitê Interinstitucional em Segurança Pública (CISP), que solicitaram a remoção das construções irregulares. A SOPH afirmou que a ação está amparada na Lei Complementar nº 18/2016, que permite a demolição de estruturas em área pública após vistoria técnica e notificação, ou de forma imediata, em casos de risco.
De acordo com a Prefeitura, a área em questão é destinada à construção de equipamentos coletivos como escolas, praças e unidades de saúde. A nota também informa que uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social esteve no local para identificar famílias em situação de vulnerabilidade e oferecer o suporte necessário.
A operação voltou a levantar críticas quanto ao horário da ação e à ausência de um plano habitacional concreto para as famílias afetadas. Moradores classificam a abordagem como desumana e cobram mais diálogo com o poder público.
O blog segue acompanhando os desdobramentos do caso e permanece aberto a manifestações da comunidade e de autoridades.


