Depois de viverem momentos de angústia e desespero por conta de uma ação de despejo determinada pela justiça, milhares de famílias de cinco bairros da zona norte de Petrolina tiveram, ontem (13), uma boa notícia.

O juiz da 1ª Vara Cível, Edmilson Cruz, decidiu retirar a ação até o município buscar saídas para resolver o impasse entre as famílias e os verdadeiros donos dos terrenos onde os bairros foram construídos. A decisão foi respaldada pelas demais Varas Cíveis da cidade. Participaram do encontro três líderes comunitários – Antonio Aurélio, o ‘Gordo’ (Santa Luzia/São Jorge), Bento Florêncio (Mandacaru) e Marisvaldo Silva (São Joaquim), além da vereadora Maria Elena.

Comemorando a decisão, marisvaldo disse ao Blog que o momento é de acalmar os moradores. “Eles podem ficar tranquilos porque ninguém vai ter de sair de suas casas”, ponderou. O líder comunitário espera, agora, uma saída satisfatória para o impasse, na reunião da próxima segunda-feira (17) que terão com o prefeito Júlio Lóssio, juntamente com uma comissão de vereadores da Casa Plínio Amorim.

As palavras foram ratificadas pelas outras lideranças comunitárias, Bento Florêncio e Gordo. Os dois ainda chamaram atenção para que nenhum morador aceite fazer acordos se receberem liminares para comparecer em audiências judiciais.

Segundo Gordo, as informações repassadas por Edmilson Cruz é de que essas audiências haviam sido marcadas previamente e, portanto, a presença dos moradores intimidados será obrigatória. Mas não em relação a acordos contratuais. “Quem tiver que fazer o acordo, não comprometa seu orçamento, nem a saúde dos seus filhos, porque depois de feito não poderá haver inversão de acordo”, ressaltou o comunitário, acrescentando ter hoje o apoio da assessoria jurídica da Casa Plínio Amorim e da prefeitura municipal.         

O líder do Santa Luzia/São Jorge denunciou que ainda hoje a venda de terrenos que já têm dono é feita em Petrolina. O comunitário aproveitou para cobrar explicações também do cartório, que registrou a dupla posse dos terrenos.

Por Antonio Carlos Miranda