Combate à fome na Bahia é discutido entre Conselho de Segurança Alimentar e governo

por Carlos Britto // 13 de janeiro de 2023 às 08:53

Foto: Jonas Santos/Ascom Seades

Representantes de entidades da sociedade civil que integram a Coordenação Executiva do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (Consea-BA) reuniram-se nesta semana com a nova gestão da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades). O Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) faz parte dessa coordenação colegiada.

O presidente da instituição, José Moacir dos Santos, participou da reunião. De acordo com ele, no encontro foram discutidas estratégias para o combate à fome, principalmente com o foco na captação e armazenamento de água de chuva para consumo e produção de alimentos.

Segundo pesquisas, as famílias que têm água de produção têm 50% menos chance de passar fome do que as famílias que não tem essa tecnologia (cisternas). De fato, para acabar com a fome, é preciso investir ainda mais na segurança hídrica das comunidades, em especial do semiárido“, afirma José Moacir.

O presidente do Irpaa também ressalta que outra pauta importante apresentada na reunião foi a defesa dos territórios das comunidades tradicionais, considerando que é preciso ter terra suficiente para garantir a produção de alimentos e “esses territórios estão sendo ameaçados por conta dos grandes empreendimentos de mineração, energia eólica, solar e o agronegócio“.

Em matéria publicada no site da Seades, a secretária Fabya Reis reconhece as urgências e destaca que a questão da fome é uma prioridade do novo governo estadual. “Com o agravamento da fome nesses últimos quatro anos de desmontes no nível federal, a insegurança alimentar na mesa das famílias brasileiras e baianas aumentou […] Diante disso, estamos arrumando a casa, estudando, dialogando e analisando estratégias para potencializar políticas de acesso à água e garantia de comida na mesa das famílias […]“, ressalta a gestora da Seades.

Reivindicações

Diante das reivindicações apresentadas, José Moacir avalia que “a secretária se mostrou bastante atenta à pauta do Conselho”. Ele pontua ainda a sinalização da mesma de que “o Estado, nessa gestão, vai trabalhar para resolver essas questões fundiárias e hídricas no semiárido“. Segundo Tiago Pereira, coordenador do programa Bahia Sem Fome, do Governo da Bahia, há um percentual elevado de famílias em situação de insegurança alimentar grave, “um quantitativo de dois milhões de famílias”, revelou. Pereira afirma que isso motivou a criação, pelo Executivo estadual, de uma coordenação estratégica e que estão sendo planejadas ações de emergência e estruturantes, tendo como centralidade a implantação do Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários