Vereadores criticam em carta prefeito de Sobradinho

por Carlos Britto // 05 de maio de 2010 às 22:36

Os vereadores que realizaram um ato público pela reabertura do Hospital de Sobradinho enviaram uma carta ao Blog criticando a atitude do prefeito Genilson Silva (PT).

Segundo eles, o prefeito e sua equipe tentaram, de maneira arbitrária e intolerante, abafar uma manifestação da população em prol da reabertura do hospital.

Confiram, na íntegra, a carta:

Dia 1º de maio é historicamente consagrado como um momento de reflexão da efetivação dos direitos do cidadão na sociedade. Dessa feita, a comunidade organizada geralmente vai às ruas reivindicar uma maior assistência do poder público, bem como uma melhor condição de bem estar às famílias. Contudo, em Sobradinho esse direito foi usurpado.

A cúpula do Partido dos trabalhadores de Sobradinho, que, outrora embandeirava o direito à liberdade, à democracia e à tolerância e também nutria principalmente ideais de respeito e convivência, negou sua própria história e num ato de intenso autoritarismo e flagrante abuso, ajudou a consolidar o maior e o mais duro golpe contra a democracia e a liberdade de expressão, desde o fim da ditadura militar.

O prefeito e vice-prefeito possessos de insanidade e assessorados por homens perversos ávidos por violência, utilizando-se do seu poder escravocrata, convocaram todos prestadores de serviços, sob pena de perder o emprego, transformando uma reunião pacífica e ordeira (um ato público), feita por crianças, idosos, adolescentes e famílias num espetáculo selvagem e insano, onde o vermelho representava o ódio e a violência.

Os militantes, uns embriagados com álcool, e outros embriagados com desespero; senhora honrosa agredida pelo pai do vereador Sales, líder do prefeito na Câmara de Vereadores; criança assustada por bombas e fogos; invasões de prédio público (EMSAE); ameaças; desonra gratuita; utilização irresponsável e indevida de bens públicos; e principalmente desrespeito, desrespeitos e desrespeitos, onde o direito sagrado de reunião – que é um meio de manifestação coletiva da liberdade de expressão, amplamente defendida pela constituição Federal (art. 5, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente) fora negada, rejeitada, surrupiada numa explícita atitude de abuso de poder e de rejeição dos pilares que regem o estado democrático de direito (mesmo informado através de ofícios a autoridades competentes – Ministério Público, Delegado da Policia Civil, Comandante da Polícia Militar, prefeito e o secretário de Infraestrutura.

Enfim, quase transformando verdadeiramente água em vinho. No século XVI Voltaire disse que “posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defendo seu direito de dizer”. No dia primeiro de maio em frente ao hospital reuniram-se dois povos: um vestido de vermelho tentando intimidar, amordaçar e controlar a verdade através de gritos e ameaças, num desejo alienado de continuar vendo o hospital fechado; do outro lado, um povo representando uma multidão vestida de branco, azul, verde, ou seja, todas as cores composta de homens e mulheres de bem, embandeirando o alarido – o grito – sufocado de milhares de pessoas humildes que oram e pedem a Deus que o Hospital de Sobradinho abra às suas portas. Talvez o grito dos humildes não fora ouvido (por conta da estrutura de som montada pelo prefeito), mas com certeza a mensagem ficou clara nos corações das pessoas: O hospital de Sobradinho tem que ser reaberto, doa em quem doer.

Vereadores em Prol da Abertura do Hospital de Sobradinho. Cícero Alves da Silva – PTB; Carlos Passos Ferreira – PSL;Gabriel Gomes de Fárias – PP; Ranilson Nery da Silva – DEM