Cenário epidemiológico em Pernambuco é de aceleração, alerta secretário

por Carlos Britto // 04 de fevereiro de 2022 às 07:34

Foto: Heudes Régis/SEI-PE

Diante do cenário de aceleração da variante Ômicron, o Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 do Governo de Pernambuco antecipou para próxima segunda-feira (7) a discussão da necessidade de novas medidas, antes mesmo do encerramento da vigência do atual decreto. O anúncio foi feito pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa realizada na tarde de ontem (3).

Pernambuco está, atualmente, entre os cinco Estados com mais medidas de restrição no Brasil e é um dos poucos que exige, além do passaporte vacinal, o exame negativo da Covid-19 para entrada em eventos. No entanto é um fato inegável a aceleração da Ômicron e vamos aguardar a conclusão desta semana epidemiológica para analisar os dados de forma pormenorizada para tomar as decisões que se façam necessárias. Como sempre ressaltei, o governo do Estado não vai hesitar em ampliar as medidas, caso os indicadores se imponham“, antecipou, durante coletiva de imprensa o secretário André Longo.

De acordo com o gestor, na quarta Semana Epidemiológica (SE) deste ano, encerrada no último sábado, Pernambuco teve pela terceira semana seguida, uma nova desaceleração nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causada pelo arrefecimento da epidemia da Influenza A no Estado. Entre os dias 23 e 29/01, foram registradas 842 notificações, uma redução de 15% em uma semana e de 28% em 15 dias.

No entanto, a aceleração da variante Ômicron já impacta nas solicitações de leitos. A central de regulação registrou na SE 4 650 pedidos por vagas de UTI – um crescimento de 18% em uma semana, mas redução de 4% em 15 dias. Além disso, o Estado está registrando, nos últimos 3 dias, aumento nos registros de óbitos.

Esta aceleração da Ômicron e a redução da Influenza fica mais evidente na positividade, que em relação aos casos de SRAG saiu de 20% na semana passada para 36% atualmente. Já a positividade geral, nas amostras analisadas pelo Lacen-PE, saltou de 37% para 51%. Enquanto isso, a positividade geral para Influenza, que já atingiu patamares de 60% no final do ano passado, está, agora, em apenas 2,6%.

André Longo também lembrou que a SES-PE, por determinação do governador Paulo Câmara, mantém os trabalhos para garantir a assistência para as pessoas que, porventura, precisem de atendimento hospitalar para as síndromes respiratórias. Desde o final do ano passado, já foram colocados em funcionamento 802 novos leitos, sendo 334 de UTI. Ainda serão abertas, nos próximos dias, outras 400 vagas, 196 de UTI. Inclusive, 30 serão pediátricas, sendo 20 de UTI no Hospital de Referência à Covid-19 – unidade Olinda (Maternidade Brites de Albuquerque).

Mas só os esforços do governo não serão suficientes. Para frear a circulação viral e superar o vírus, precisamos do engajamento de todos, com o respeito aos protocolos e o reforço nos cuidados, com o uso da máscara, a lavagem das mãos e o ato de evitar aglomerações“, ponderou o secretário.

Vacinação

Longo também destacou, na coletiva de imprensa, que o avanço na vacinação dos pernambucanos tem salvado vidas. A partir da análise dos bancos de mortalidade e vacinados, verificou-se que em janeiro de 2021, quando apenas 1,3% da população pernambucana estava imunizada com uma dose da vacina contra a Covid-19, a taxa de mortalidade era de 8,33 óbitos por 100 mil habitantes. Já em janeiro deste ano, o percentual de pessoas com o esquema básico completo (duas doses ou dose única) está acima dos 70%, além de 24% do público elegível com o reforço, e a mortalidade por 100 mil habitantes ficou em 0,88.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), ainda aponta que, em 2022, Pernambuco tem uma das menores taxas de mortalidade por Covid-19 do país. “Para interromper o aumento das mortes, não há solução mágica. Só há uma forma para salvar vidas: avançar com a vacinação, e com todas as doses disponíveis“, frisou o secretário. “Mesmo que a vacina não nos deixe livres da infecção, a doença em não vacinados tem um impacto muito pior, com reflexo direto nas hospitalizações e mortes”, completou.

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