O deputado estadual Misael Neto (DEM-BA) chamou atenção para aspectos das portarias canceladas de 14 licitações para construção e recuperação de estradas em diversas regiões da Bahia, conforme portarias publicadas no Diário Oficial. Segundo Misael algumas licitações foram canceladas por terem sido “desertas”, isto é, não houve interessados em participar, “ou porque o valor era baixo ou porque os possíveis participantes acharam que o Estado ia atrasar o pagamento“, provocou.

Outro aspecto que o deputado criticou foi o não esclarecimento, nos textos das portarias, das estradas e trechos em que seriam executados os serviços. “Uma forma de dificultar a identificação e até evitar a denúncia“, disse Misael, que, constatou que um dos cancelamentos dizia respeito a duas rodovias em sua região.

Umas das críticas do deputado trata da extensão de 245 quilômetros entre Casa Nova, Remanso e Campo Alegre de Lourdes, envolvendo a BA-161 e a BR-235. O trecho Casa Nova – Remanso, que tem recursos no orçamento, teve recuperação de 60 quilômetros (entre o distrito de Lajedo e Remanso) anunciada pela primeira vez em 2008, “ainda no tempo do secretário Batista Neves, e não foi executado“, informou o parlamentar.

No dia 3 de março, duas semanas antes do cancelamento, o governador Jaques Wagner esteve em Remanso para autorizar a obra pela segunda vez e, conforme o deputado, disse que seriam feitos também os 105 quilômetros até o acesso a Campo Alegre de Lourdes, já na BR-235, de responsabilidade federal, mas que seriam executados em regime de parceria com o Estado.

O problema, argumenta o parlamentar, é que esse trecho, que sempre foi de barro e é o mais crítico, ainda não tem dinheiro alocado no orçamento. “Ou seja, o governador aproveita o ano eleitoral para vender ilusões. A obra começaria no trecho Casa Nova-Remanso, o povo pensaria que iria até Campo Alegre, e no final não vai ser realizada“.