Biodiversidade da caatinga e sustentabilidade são temas de encontro em Juazeiro

por Carlos Britto // 28 de fevereiro de 2010 às 07:04

cicero_justinianoSerá realizado em Juazeiro, de 22 a 26 de março, o VII Encontro Nacional da ASA (EnconASA). A atual conjuntura que desafia as organizações da sociedade civil a debaterem estratégias de preservar a biodiversidade do semiarido torna necessário que elas se articulem em torno dessa questão.

Segundo Mardônio Alves, coordenador da Articulação no Semiarido Brasileiro (ASA) pelo estado de Alagoas e integrante do GT Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a biodiversidade da caatinga é responsável pela sustentabilidade da região e autonomia alimentar das famílias agricultoras.

Para Mardônio, o evento será a oportunidade de massificar a discussão que, segundo ele, ainda está restrita a um determinado grupo de estados.

“A gente vê nesse momento um cenário que vem pondo em risco essa biodiversidade, tendo em vista as propostas de lei que tramitam no Senado de liberar a semente terminator, que é aquela semente que já nasce morta. A gente tem também uma série de variedades de milhos que foram liberados e comercializados sem controle. Então no EnconASA, esse tema tanto é importante do ponto de vista de colocar a posição da ASA para o governo, para fora, mas, principalmente, de trazer essa discussão para o interno da ASA, para que isso possa ser um tema transversal aos outros programas”, avalia o coordenador.

No VII EnconASA, além de participar de uma oficina sobre agrobiodiversidade, os agricultores terão a oportunidade de conhecer duas experiências, a de Adão de Jesus e sua família, do município de Ouricuri (PE), e a de Cícero Justiniano, de Remanso (BA).

Com informações e foto da Asacom

Biodiversidade da caatinga e sustentabilidade são temas de encontro em Juazeiro

  1. galdino neto disse:

    O ser humano, em especial o brasileiro, não muda as coisas somente com conscientização. É preciso a força do Estado. Viajo este Nordeste afora e não vejo sequer um fiscal do IBAMA verificando cargas de madeira, carvão, animais silvestres, na Caatinga. Não que os fiscais não sejam atuantes, não é isso. O problema é que se tem poucos, pouquíssimos fiscais para fiscalizar o semi-árido. O Governo se preocupa em jogar todos os fiscais para a Amazônia e se esquece da importância da Caatinga, único ecossistema genuinamente brasileiro. Não há outro igual em nenhum lugar do mundo. Ninguém vê um pé de umbuzeiro em nenhuma outra parte do mundo. Se a Caatinga continuar assim, abandonada pelas autoridades ambientais, por falta de fiscais, ela só será vista nos livros de história, por quê os de geografia hoje só publicam o que ainda existe.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários