O deputado federal e pré-candidato do PV ao Senado, Edson Duarte, não gostou da assinatura de protocolo pelo governador Jaques Wagner (PT) para a instalação de usina nuclear na Bahia. “O governo do estado deveria concentrar seu esforço e prestígio na busca de investimentos e soluções para levar o estado para um novo ciclo socioeconômico baseado na economia de baixo carbono e sustentável”, criticou.
Duarte considera que o Brasil, ao retomar o interesse na ampliação do programa nuclear, acaba por ir “na contramão da sustentabilidade”, já que, em sua avaliação, esse tipo de energia traz riscos de graves acidentes, baseia-se em fonte não-renovável e produz lixo atômico. Ele ainda lembra que alguns dos mais antigos entusiastas da energia nuclear, como os alemães, já diminuíram sua excitação.



História da Energia Nuclear
O Ciclo do Urânio, o combustível nuclear
Conheça como esse minério é extraído, utilizado nas usinas nucleares e despejado de volta no meio ambiente.
1. Exploração de urânio
A mineração de urânio produz enormes quantidades de resíduos, inclusive partículas radioativas que podem contaminar a água, os alimentos e o homem. As maiores minas de urânio fi cam no Canadá e Austrália. O Brasil também é um produtor, com mina em Caetité, na Bahia.
2.Enriquecimento de urânio
O urânio natural e o concentrado (yellow cake) contêm somente 0,7% do urânio-235. Essa proporção precisa ser de 3% ou 5% para ser utilizado em um reator nuclear. Durante esse enriquecimento, 80% do volume total se transformam em produto residual, que pode ser matéria-prima para a produção de bombas.
3. Produção de varetas de combustível
O material enriquecido é comprimido em projéteis, que preenchem tubos de quatro metros de comprimento e são chamados de varetas de combustível. Essas varetas fi cam dentro dos reatores e são acionadas pelas barras de controle, feitas de cádmio ou boro, que controlam a reação de fi ssão nuclear em cadeia.
4. Produção de energia na usina nuclear
A energia liberada aquece a água do reator e gera vapor, que é comprimido e convertido em eletricidade por uma turbina geradora. Esse processo produz mais de cem substâncias radioativas. Em caso de acidentes nas usinas, o material radioativo pode ser liberado no meio ambiente.
5. Reprocessamento
O reprocessamento envolve a extração química de urânio e plutônio radioativos das varetas de combustíveis usadas dos reatores, que produz um resíduo altamente radioativo. Reprocessar signifi ca aumentar o volume de resíduos em dezenas de vezes, e despejar, todos os dias, milhões de litros de dejetos radioativos no mar.
6. Estocagem de resíduos
Não há instalações seguras de armazenamento defi nitivo para resíduos nucleares em todo o mundo. Esses resíduos se mantêm altamente radioativos por milhares de anos e são uma ameaça para as futuras gerações. Apesar disso, a indústria nuclear continua a gerar quilos e quilos de resíduos diariamente. Atualmente, há mais de 230 toneladas de plutônio estocadas em todo o mundo. Apenas cinco quilos são sufi cientes para fazer uma bomba nuclear.
9. Energia nuclear X Energia limpa
Ao se constatarem tantas restrições, riscos e problemas inerentes à energia nuclear, fi ca a pergunta: por que continuar investindo nesse tipo de tecnologia, se existem tantas outras alternativas disponíveis, muito menos arriscadas e MUITO MAIS BARATAS? Se não bastassem todos os seus riscos, a energia nuclear ainda é a opção energética mais cara.
Para efeito de comparação, com os mesmos recursos previstos para a construção de Angra 3, seria possível instalar um parque de turbinas eólicas com o dobro da potência em no máximo um terço do tempo (2 anos), gerando 32 vezes mais empregos, sem produzir lixo radioativo ou trazer risco de acidentes graves. O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) também é outro exemplo. Com apenas R$ 850 milhões foram economizados 5.124 MW, ou seja, com 12% do custo de Angra 3, disponibilizaram-se quase quatro vezes mais
energia do que ela geraria.
nuclear X mudanças climáticas
De uns tempos para cá, a indústria nuclear vem usando uma estratégia de marketing, ou maquiagem verde, para convencer a sociedade e os tomadores de decisão de que a energia nuclear é limpa porque não emite gases de efeito estufa e, assim, não contribui para o problema do aquecimento global. Em primeiro lugar, não é verdade que a energia nuclear não gera gases. Para construir a usina, para extrair e enriquecer o urânio utilizado como combustível nuclear, para armazenar os rejeitos nucleares e desativar a usina ao fi nal de sua vida útil, é necessária uma grande quantidade de energia. Este processo todo signifi ca a emissão de muitos gases, inclusive CO2. Assim, ao se considerar todo o ciclo produtivo da indústria nuclear, temos energia que emite muito mais gases de efeito estufa do que outras energias renováveis.
Além disso, um estudo do Massachusetts Institute of Technology mostrou que, para resolver o problema das mudanças climáticas, seria necessário construir pelo menos mil novos reatores no curto prazo, o que é impossível – tanto econômica quanto fi sicamente.
Por fi m, o argumento de energia limpa não se sustenta porque a energia nuclear utiliza um combustível de disponibilidade fi nita e gera toneladas de lixo radioativo – uma poluição perigosa que, assim como o aquecimento global, será herdada pelas próximas gerações e permanecerá perigosa por centenas de milhares de anos.
Assim, a verdadeira solução para o aquecimento global e para a segurança energética do Brasil e do planeta são as energias renováveis e o uso inteligente da energia – desperdiçando menos e aproveitando mais!
10 motivos para dizer NÃO à energia nuclear
1. Energia nuclear é cara e desvia dinheiro de energias limpas
Os recursos gastos na energia nuclear poderiam gerar o dobro da quantidade de energia, se fossem investidos em eólica, e quatro vezes mais, se investidos em efi ciência energética.
2. Energia nuclear é suja
Mais usinas nucleares signifi cam mais lixo radioativo. O país ainda não tem depósitos defi nitivos para os rejeitos de Angra 1 e 2 e a situação se agravará com a construção de uma terceira usina.
3. Energia nuclear é perigosa
Three Mile Island, Chernobyl e o caso do césio em Goiânia são apenas alguns dos inúmeros acidentes que marcam a história da energia nuclear no mundo.
4. Energia nuclear facilita o desenvolvimento de armas nucleares
Todos os países que têm o domínio do ciclo de urânio podem desenvolver uma bomba atômica. Índia e Paquistão são alguns dos países que obtiveram a bomba a partir de um programa nuclear para fi ns pacífi cos.
5. Energia nuclear gera instabilidade geopolítica
A energia nuclear gera uma corrida entre países vizinhos e/ou rivais.
6. Energia nuclear não resolve o problema das mudanças climáticas
O ciclo total da indústria nuclear gera emissões de gases estufa. Além disso, seria necessário construir mais de mil novos reatores em pouco tempo para substituir as fontes fósseis, o que é impossível por razões físicas e econômicas.
7. Energia nuclear não gera empregos
Para cada emprego gerado pela indústria nuclear, a indústria eólica gera 32 e a solar, 1.426.
8. Energia nuclear é ultrapassada
Vários países do mundo, como Alemanha, Espanha e Suécia, vêm abandonando a energia nuclear e desenvolvendo as energias limpas e seguras como solar e eólica.
9. Os brasileiros não querem energia nuclear
Pesquisa realizada pelo ISER mostra que mais de 82% da população brasileira é contra a construção de novas usinas nucleares.
10. O Brasil é renovável!
O relatório Revolução Energética mostra que é possível eliminar a energia nuclear e as térmicas a carvão e óleo combustível da matriz elétrica nacional, com investimento nas renováveis e em medidas de efi ciência energética.
Fonte:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-energia-nuclear/historia-da-energia-nuclear-4.php