Pela primeira vez o interior de Pernambuco poderá ter um representante no conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Brasília. Kempler Reis é um dos três candidatos a conselheiro titular pela chapa estadual da OAB em Pernambuco, ‘Sim para a Nova Ordem’ – encabeçada por Emerson Leônidas Gomes (presidente) e Fabiana Domingues da Silva (vice), que disputará a eleição na entidade, nesta quinta-feira (19).
Em entrevista ao Blog, Kempler enfatizou que sua missão, caso seja eleito, é justamente interiorizar as ações da OAB, beneficiando os advogados que atuam longe da Região Metropolitana do Recife. Também destacou que irá lutar pela independência financeira das subseccionais – meta do candidato a presidente de sua chapa, Emerson Leônidas.
Ele disse ser testemunha de que a atual gestão da Subeseccional em Petrolina, por exemplo, é obrigada a fazer cotas junto aos profissionais para arcar com o complemento de despesas administrativas porque o repasse da OAB estadual, de cerca de R$ 28,8 mil anuais, é bem inferior aos R$ 400 mil anuais que arrecada. “Essa é uma luta das OABs subseccionais que iremos respaldar”, ressaltou.
Ainda sobre seu papel, Kempler disse que pelo fato de ser do interior e conhecer a realidade local da classe, os advogados terão um acesso muito mais facilitado para formularem suas queixas junto à entidade. “Como conselheiro federal, poderei tomar as providências necessárias em defesa das prerrogativas dos advogados e dos direitos coletivos da sociedade, que ficaram um pouco esquecidos por essa atual gestão”, analisou.
Neutralidade
Kempler aproveitou para rebater as declarações dois outros dois candidatos da OAB estadual, Jefferson Calaça (‘A Ordem é para Todos’) e Ronnie Duarte (‘OAB Forte, Advogado Valorizado),que acusaram Emerson Leônidas de ser um candidato ‘laranja’ – de um e do outro lado, reciprocamente. “Nós somos a verdadeira oposição. Se fôssemos ‘laranja’ de um ou do outro, não teríamos saído candidatos na eleição passada”, justificou.
O candidato a conselheiro federal, inclusive, alfinetou os dois. Segundo Kempler, Calaça faz parte de uma “orquestração do PT, que quer tomar o comando da OAB nacional no ano que vem”. Já em relação a Ronnie, ele fala da ligação política que tem com o PMDB, o que o faz afastar de seus compromissos. Segundo Kempler, como atual presidente da Caape (Caixa de Assistência dos Advogados de Pernambuco), em seu mandato de três anos a única “presença” de Ronnie em Petrolina foi disponibilizar serviço de engraxate para os advogados.
Kempler atribuiu a ausência do seu grupo em disputar a Subseccional da Ordem em Petrolina a questões meramente financeiras. “Não tínhamos estrutura financeira para bancar o material de campanha”, afirmou.
Em relação aos dois candidatos que disputarão o pleito em Petrolina (Ivan Galvão e Alexandre Torres), Kempler revelou que ambos “têm propostas positivas e negativas”. Ele diz ainda já ter sua preferência de voto, mas por possuir eleitores dos dois lados, prefere manter-se neutro para não interferir na escolha dos seus colegas. “Para nós o que importa é a eleição estadual, não a municipal, e as duas chapas sabem que a melhor gestão será a nossa porque aquele que ganhar terá capacidade de gerir a OAB, diante dessa independência financeira que queremos implementar”, finalizou.



