As 2 mil famílias da zona rural de Petrolina cadastradas pelo IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), atendidas por carros-pipas, tiveram uma notícia alentadora nesta quinta-feira (12), após uma audiência pública de quase quatro horas de duração que discutiu, na Casa Plínio Amorim, a polêmica decisão do governo do estado em reduzir o número de pipeiros no Sertão.

O serviço, antes feito pelo IPA, passará agora a ser gerenciado pela Casa Militar, por meio da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe).  Responsável pela convocação da audiência, o deputado estadual Miguel Coelho (PSB) assegurou que as famílias continuarão a receber água no prazo determinado, uma vez que os pipeiros cortados voltarão a realizar imediatamente o serviço, até a mudança ser concretizada. A informação, segundo Miguel, foi confirmada no momento do debate pelo diretor-presidente do IPA, Gabriel Maciel.

Apesar de reconhecer as reivindicações dos pipeiros, o parlamentar afirmou que o debate de hoje tinha como prioridade as famílias do sequeiro. “Ficamos sabendo que desde o último dia 31 de outubro os pipeiros pararam. Há comunidades em Petrolina que estão sem receber água há mais de 12 dias, e a Codecipe só vai assumir o serviço no dia 16 (de dezembro)”, explicou Miguel.

Durante a audiência, o atraso no pagamento dos pipeiros – que lotaram as dependências da Casa Plínio Amorim – foi outro ponto que permeou as discussões, bem como as várias demandas de autoridades políticas dos municípios circunvizinhos, que também reclamaram da redução no número de pipas.

Cadastramento

Representando o governo do estado, o coronel Mário Cavalcante justificou que a redução de 72 para 17 carros-pipas em Petrolina, bem como nas outras cidades, não é definitivo. Ele informou que se houver a necessidade, esse número pode aumentar novamente. Em relação ao pagamento dos pipeiros, o coronel também confirmou que o estado irá pagar dois meses dos vencimentos atrasados da categoria, num prazo de dez dias.

Logo após a audiência, o coordenador de Defesa Civil do estado, tenente-coronel Luiz Augusto, do Corpo de Bombeiros, continuou na Casa Plínio Amorim para analisar o cadastro dos 17 pipeiros já contratados, conforme o edital. Na sede do IPA, também nesta tarde, a discussão teve o objetivo de decidir o retorno imediato dos carros-pipas cortados pelo estado. Miguel justificou que a Codecipe já dispõe de um cadastro de reserva, caso haja a necessidade de novas contratações.