Artigo do leitor: Os (des)iguais

por Carlos Britto // 15 de dezembro de 2014 às 21:35

desigualdade socialNeste artigo enviado ao Blog, o leitor Antônio Damião Oliveira as desigualdades sociais cada vez mais presentes no mundo moderno e o que fazer para enfrentá-las. Confiram:

Muitos correm atrás de ganhar o pão de cada dia, outros correm velozmente em busca de poder, fama, status, prestígio, sucesso e riqueza. Existem pessoas que têm dinheiro em abundância, não se esforçam tanto para adquirir, o mesmo bate à porta com muita facilidade, enquanto tantos trabalham incansavelmente numa rotina massacrante e se esforçam para conseguir algumas migalhas de reais a duras penas. Que as desigualdades sociais aumentam consideravelmente, é fato. A distância entre os afortunados e os que não têm se agigantam elasticamente. Sinceramente, nessa atual conjuntura das relações sociais, não consigo vislumbrar um mundo mais justo e humano. O desamor está crescendo impiedosamente.

Lembro-me de um amigo já falecido, que dizia: “Antônio, não entendo por que um corpo só precisa de tantas roupas”. Durante algum tempo fiquei pensando nas colocações daquele homem simples, pois, mesmo sem instrução escolar fez um questionamento bastante pertinente. Acredito que esse meu amigo não entendia por que pessoas tinham tantas roupas e não as usavam. Existem pessoas que têm o guarda roupas repleto de peças e variados modelos que não utilizam. Inclusive algumas chegam ao ponto de dizer, com muita vaidade, que não têm roupa. Segundo o entendimento de seu Chico, a quem me referi há pouco, se tem muita roupa e não faz uso, então o corpo que é um só, não precisa de tanto acessório assim.

Temos profundas dificuldades de compartilhar o que temos com outras pessoas. Mesmo que tenhamos algo sobrando, temos uma forte tendência para não sermos desprendidos. Não estou dizendo que você e eu temos que doar o que conquistamos ao longo do tempo, mas que podemos nos desfazer de algum bem que não nos serve mais. Com certeza aquilo que não usamos mais, poderá servir para outra pessoa que necessita urgentemente. Recentemente coloquei próximo à parede da minha residência algumas coisas que achava que só serviam pra o lixo. Num abrir e piscar de olhos, alguém levou. Não tenho dúvida que essa pessoa fez bom uso desses pertences porque estava necessitando.

Assim se expressou um economista: “A Guerra entre ricos e pobres já acabou, os pobres perderam.” Viver é um desafio, embora o mundo ofereça muita oportunidade. A disputa é acirrada, desigual e até injusta em alguns aspectos. O sistema é radical, implacável, exigente e celetista. Diante de uma circunstância tão desanimadora, o que fazer para transpor esse paredão de dificuldades? Primeiro, reconhecer que é uma situação difícil; segundo, enfrentar o problema de frente; terceiro, qualquer que seja o impasse, de alguma maneira existirá uma solução; quarto, acreditar nos sonhos e lutar bravamente em busca de sua realização e, por último, de posse da conquista, procurar ser feliz e tentar ser um canal de benção para outras pessoas que se encontram no abismo e não conseguem enxergar uma saída para sua situação de desconforto e sofrimento.

  Antônio Damião Oliveira da Silva/Guarda Municipal Petrolina e Graduado em Matemática

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