Gerente de interiorização do Hemope rebate críticas de leitor sobre dificuldade na doação de sangue

por Carlos Britto // 06 de setembro de 2013 às 08:40

hemope petrolinaDepois das críticas do comunitário Jovaldo Júnior, que reclamou ao Blog de que não estava conseguindo doar sangue ao Hemope, uma avalanche de comentários acompanhou a matéria.

Para esclarecer a polêmica, o Dr.Carlos Alberto de Sá Costa, da Gerência de Interiorização da Fundação Hemope, entrou em contato com o Blog para esclarecer a questão. Confiram:

Inicialmente gostaríamos de agradecer ao Sr.Jovaldo Júnior, candidato à doação de sangue no Hemocentro Regional Petrolina, a oportunidade que nos é concedida de prestar a ele, aos nossos doadores e à população em geral os esclarecimentos pertinentes aos fatos que geraram o presente questionamento.

Permitam-me relembrar o que é feito com o sangue doado.

Todo o sangue doado em cada manhã de coleta no Hemocentro é imediatamente encaminhado ao Setor de Fracionamento para a produção de hemocomponentes, ou seja, componentes do sangue (hemácias, plaquetas e plasma fresco) para atendimento às necessidades específicas dos pacientes. Por exemplo, dentre outras enfermidades, concentrado de hemácias para pacientes com anemia, concentrado de plaquetas para pacientes com hemorragia, concentrado de plasma para reposição de volemia.

Esse processo de produção não pode esperar, em face do aproveitamento dos produtos dentro de um período de tempo que garanta a sua viabilidade, que preserve as suas propriedades terapêuticas, imprescindíveis para a cura do paciente. Sendo assim, para obtenção do plasma fresco o sangue coletado deve ser processado até, no máximo, 2 horas após a coleta, bem como o concentrado de plaquetas, que já possui uma validade bem curta de apenas 5 dias.

Por essa razão, enquanto uma equipe recepciona o candidato à doação, o médico avalia a sua condição de aptidão e outra equipe coleta o sangue dos doadores, uma outra equipe, quase que simultaneamente, executa o processamento do sangue coletado e os hemocomponentes são produzidos. Tão logo sejam concluídos os testes de tipagem ABO e Rh e de sorologia, que garantem a qualidade dos hemocomponentes produzidos, os hemocomponentes com a qualidade atestada são disponibilizados para o estoque de onde são distribuídos para a rede hospitalar no atendimento aos pacientes, que deles precisam para a própria sobrevivência.

Sendo assim, agora podemos concluir que caso o sangue não seja processado dentro do período de tempo que garanta a sua viabilidade, não produziremos hemocomponentes com as suas propriedades terapêuticas preservadas.

Permitam-me informar o regime de trabalho no Hemocentro

O quadro de pessoal atualmente lotado no Hemocentro Regional Petrolina só nos permite trabalhar esse processo em apenas um expediente, atendendo de 2ª-feira a 6ª-feira, no horário das 8h às 12h. No entanto, estamos buscando junto ao Governo do Estado a nomeação dos aprovados em recente Concurso Público realizado para a superação das limitações de pessoal, vivenciada por toda a Fundação Hemope.

Permitam-me agora esclarecer a motivação para o questionamento:

Prezado Sr. Jovaldo Júnior, não encare essa impossibilidade passageira de atendimento como recusa ao seu gesto de doar sangue. Registro o quanto é angustiante chegar a essa situação, mas para o Hemope, e tenho certeza, para todo doador, é muito mais importante que todo sangue coletado seja rigorosamente aproveitado, gerando hemocomponentes com a qualidade que os pacientes necessitam. Nos dias 29 e 30 de agosto recebemos no Hemocentro uma quantidade de candidatos à doação que superou as expectativas, e a nossa capacidade de produção dentro da carga horária trabalhada é de 70 (setenta) coletas por expediente. E essa situação é exultante para o serviço, pois atesta o interesse e o compromisso do petrolinense com a doação de sangue. Mas nessas datas fomos compelidos a suspender o atendimento a partir das 11 horas por atingir a nossa capacidade operacional. Só assim poderíamos evitar principalmente a perda de sangue coletado por superação da capacidade de produção.

Resta claro, portanto, a motivação maior quanto à impossibilidade da execução do processo de forma ilimitada, pois devemos evitar a perda de um produto tão nobre.

Sr. Jovaldo Júnior, desculpe a nossa impossibilidade passageira e o equívoco da nossa atendente quanto à informação da motivação por ausência do médico. Tomamos conhecimento que na manhã de ontem o senhor compareceu ao Hemope e fez a sua doação. Agradecemos a manutenção da sua credibilidade.

Atenciosamente,

Dr. Carlos Alberto de Sá Costa/Gerência de Interiorização-Fundação Hemope

Gerente de interiorização do Hemope rebate críticas de leitor sobre dificuldade na doação de sangue

  1. Antonio Santos disse:

    As palavras do Senhor Carlos Alberto é uma realidade, da forma com o sangue e recebido e processado para chegar ao receptor, ele como bioquimico do Homope de Recipe e gerente da Interiorização precisa mesmo se explicar, o que o senhor Jovaldo Junior fez em denunciar está correto, porque o senhor Carlos Costa é prometedor de melhorias para o hemope de Petrolina, há mais de dez (10) anos , aquelas pessoas que trabalham na recepção sofrem com assédio moral pelo o trabalho escravo que fazem até hoje é o unico orgão que não é informatizado . tudo manual É UMA VERGONHA!! a culpa é dos Gestores do Hemocentro PORQUE : SÓ FAZEM O QUE O SR. CARLÃO (COMO É CHAMADO DETERMINA ) . O hemope é uma instituiçaõ muito bonita SALVA VIDAS , mais precisa melhorar muito. todos na quela instituição estão cansado, sem motivação de trabalhar porque quase todos são cedidos, e existe uma desigualdade salarial muito grande de quem é do quadro.
    As pessoas precisam saber das coisas que estão acontecendo numa instituição que presta serviço ao público.

  2. Jovaldo disse:

    Prezado Carlos, realmente consegui doar.
    Meu desabafo acima foi para criticar a estrutura física e de pessoal do Hemope Petrolina.
    Parece que Petrolina difere de outros lugares. Em Recife, sei que faltam doadores. Mas em Petrolina falta estrutura.
    São apenas 04 cadeiras para doação. Só podem doar 04 pessoas ao mesmo tempo.
    Os dados dos doadores são registrados em fichas, preenchidas a mão pelos funcionários (são quase 80 mil fichas).
    Quero deixar claro que, mesmo diante da informação equivocada da funcionária (de ausência de médico), fui bem atendido pelos funcionários do Hemope, os quais são verdadeiros guerreiros por trabalharem nessas condições.
    A crítica é estrutural e de gestão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários

  1. Era onde os motoristas e cobradores faziam seu lanches e refeições rápidas, mas sempre tinha um mal cheiro nesse local