Técnicos da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) foram surpreendidos esta semana com uma descoberta “inusitada”. Várias peças e artefatos pertencentes ao século 18 até o início do século 20 foram encontrados durante as obras que a empresa realiza no Recife Antigo, Região Metropolitana, visando à melhoria do abastecimento d’água do bairro.

Como o serviço é realizado num local considerado sítio histórico, o trabalho dos técnicos da Compesa vem sendo monitorado por arqueólogos. “Todo sítio histórico exige o monitoramento arqueológico para receber uma obra. Aqui temos a oportunidade de mapear construções históricas em todo o bairro, contribuindo para termos um perfil completo da ocupação desta área desde o século 16”, destacou José Aylton de Mello, um dos arqueólogos coordenadores do acompanhamento.

Com o inventário das construções históricas, os técnicos da Compesa podem assentar as tubulações sem agredir o patrimônio tombado. Só nas imediações da Avenida Alfredo Lisboa, a equipe arqueológica encontrou três estruturas conhecidas como “linguetas”, que eram pequenas docas que eram usadas para embarque e desembarque de pessoas e mercadorias no Porto do Recife entre o século 18 e o início do século 20.

No percurso das escavações, que também passaram por trechos da Avenida Militar e Rua Bernardo Vieira de Melo, foram encontrados pedaços de artefatos como louças, azulejos, cerâmicas e objetos de uso pessoal datados entre os séculos 17 e 20. Todo esse material foi recolhido, catalogado e documentado em fotos.

O acervo será entregue, ao final da obra, ao Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas. Já o mapeamento das construções históricas no subsolo do Recife Antigo será publicado para servir de referência a futuros projetos de intervenção. Dos 8,6 mil metros de tubulação, a Companhia já substituiu 1,4 mil metros. O investimento é de quase R$ 1 milhão. As informações são da assessoria da Compesa. (Foto/divulgação)