A estudante universitária Carolina Cunha enviou ontem (26) ao Blog um artigo lamentando a falta de critérios da Univasf em relação a um programa de bolsa social do qual foi preterida. Confiram seu desabafo:
Caríssimo Carlos Britto, boa noite!
Me chamo Carolina Cunha, moro em São Raimundo Nonato, Piauí, e frequento o curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial na Universidade Federal Vale do São Francisco, UNIVASF, no campus Serra da Capivara.
Neste semestre, me candidate à concorrência de uma bolsa social chamada Bolsa Permanência, ofertada para auxiliar os estudantes que tenham dificuldades em se manter no curso e evitar que os mesmos entrem em risco social.
Ao meu ver, preencho todos os requisitos, levando em consideração que estou desempregada, não tenho nenhum vínculo financeiro com família, parentes ou seja quem for, pago aluguel e outras contas, e também não sou daqui, sou de Brasília-DF e vim para esta cidade única e exclusivamente para estudar.
No entanto, mesmo com toda esta situação devidamente comprovada, inclusive com documentação de Assistentes Sociais do município comprovando meu risco social, eu fui indeferida no processo de seleção, sob a alegação de as justificativas para conseguir a bolsa são confusas e não comprovariam minha necessidade de conseguir a bolsa. Enquanto isso, outros alunos, que trabalham, vivem com os pais – muitos, funcionários públicos ou empreendedores – e que não correm risco de vulnerabilidade social alguma, são contemplados com a bolsa.
Estou me encaminhando para Petrolina amanhã, quarta-feira, 27/06, e pretendo me manifestar em forma de protesto contra a SEPRAE, responsável dentro da UNIVASF pela seleção de candidatos às bolsas. Gostaria que você acompanhasse e publicasse meu caso, me ajudando a denunciar a falta de critério da univasf para seleção de alunos e o seu descaso.
Carolina Cunha/Estudante Universitária
Primeiro, parabéns pela denúncia. Acompanho alguns estudantes nesta situação e pelo o que vejo, é algo BASTANTE recorrente. A seleção para bolsa auxílio acadêmico é ainda muito imatura/ tendenciosa na avaliação dos candidatos.
Mas não posso deixar de criticar uma colocação sua na carta, como você se autodenomina “frequentar” o curso de Arqueologia? Para receber tal auxílio você precisa cursar, ser graduanda do curso de Arqueologia e não só frequentar. Só cuidado com suas colocações, pode reduzir a relevância de seu protesto.
Xero! :D
Porque todos os alunos do DCE que apoiaram a nova gestão tem bolsa e o povo que necessita das bolsas não tem?
Concordo com essa aluna, moro em casa nova bahia e tenho muitas dificuldades em relação ao desempenho por conta da distância e a pouca condição que tenho, a questão não é só o ensino mas também a pesquisa e estensão, portanto, a exigência do bolsa permanência é uma burocracia ineficaz e não prova que o aluno realmente tem carência.
Carolina cunha, imagino como deve ser difícil para você se manter em são Raimundo, e todos concordamos que o processo para a obtenção da bolsa nesse semestre foi bastante conturbado. Fizemos inclusive um abaixo-assinado reivindicando prorrogamento de prazos, assim como a permissão para anexar novos documentos, ao que a SEPRAE respondeu positivamente. Quanto ao seu caso, penso que pode ser mais um dos erros da SEPRAE e concordamos que você não pode ser prejudicada por isso. Pedimos que você formalize sua queixa na ouvidoria para que ela se torne cada vez mais consistente e possa causar algum impacto, isso vale para todos que se sentirem prejudicados pelo processo em questão.
Quanto à acusação com relação aos integrantes do DCE, imagino que qualquer pessoa que tenha o mínimo de bom senso não levará em consideração o que alguém que sequer se identifica diz. Uma pessoa que não coloca seu nome à disposição do que fala não pode requerer à sua informação o mínimo de respaldo.
Eu não precisaria me expor dessa forma, mas como sou uma pessoa pública, posso dizer e provar tranquilamente que não recebo bolsa permanência e nunca sequer a pleiteei.