Técnica de irrigação com garrafas pet ajuda na convivência com a seca e proteção ao meio ambiente

por Carlos Britto // 18 de maio de 2012 às 14:29

O agricultor familiar César Augusto, de 55 anos, da comunidade de Barão, na zona rural de Juazeiro, ao ver as suas plantações de milho, feijão, cebolinha, alface e coentro serem irrigadas com o sistema de micro-aspersão feito com garrafas pet, se emociona. “Quando vi pela primeira vez a água jorrando em minha propriedade, juro que me emocionei”, disse o agricultor, que, além da agricultura, dedica-se à criação comercial de caprinos, ovinos, suínos e galinhas caipiras.

Mas nem sempre foi assim. Fotos nas paredes da sua casa revelam épocas de muito sofrimento e pouca água. “Eu tinha certeza que essas terras poderiam ajudar a mim e a minha família, mesmo sendo no meio da caatinga. O que faltava era aproveitar de forma correta tudo o que ela me oferecia, inclusive a pouca água disponível. Foi aí que procurei a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), e de lá pra cá minha vida só tem melhorado,” recorda o agricultor.

A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) prestada na comunidade de Barão pela EBDA tem como finalidade atender, prioritariamente, aos agricultores familiares. Ali, os técnicos da empresa realizaram pesquisas de campo e confirmaram o que agricultor já sabia: a comunidade tem potencialidade para a produção agrícola e a existência de um lençol freático no subsolo do distrito possibilitaria a abertura de um poço para o abastecimento de água de aproximadamente 15 famílias.

O poço foi aberto e, desde então, a EBDA orienta os agricultores familiares desta comunidade para o uso de tecnologias alternativas de convivência com a seca, como o sistema de aspersão com garrafa pet para o conhecimento do volume de água que se deve utilizar nas culturas e irrigações simples; a implantação de uma unidade de palma adensada para alimentação animal, além do preparo do solo; a construção de hortas comunitárias; a utilização de forragens; e a adubação de fundações e pós-colheita.

De acordo com o gerente regional da EBDA em Juazeiro, Osvaldo Lopes, apesar da existência do poço na comunidade, a empresa tem intensificado os trabalhos voltados para armazenamento da água da chuva em cisternas, visando aos períodos críticos de estiagem, como o atualmente vivenciado. “Esta comunidade é privilegiada por ter água em plena caatinga, mesmo assim é fundamental realizar o manejo adequado dessa água, pois o seu uso de forma racional ajuda no controle da incidência de doenças nas lavouras, a exemplo do ‘mofo branco’, que destrói a planta do feijão. Não podemos esquecer que caminhamos para a escassez da água na medida em que a agricultura, a indústria e a população crescem gradativamente,” lembrou o gerente.

Técnica de irrigação com garrafas pet ajuda na convivência com a seca e proteção ao meio ambiente

  1. Dreda disse:

    Importante salientar que o que melhorou de fato a vida deste cidadão foi o poço com água de qualidade e em quantidade, e não o sistema com as garrafas PET. Na verdade, o ideal seria utilizar um sistema que desperdiçasse menos água, como gotejamento, especialmente a noite. O custo de implantação é mais alto, mas no semiárido o grande fator limitante é a falta de água.

  2. VALDIRENE SILVA SAMPAIO disse:

    sou tecnica do PLANO BRSIL SEM MISERIA e gostaria de saber como se faz essa errigação, pois precisamos informar aos nossos agricultores como se faz a irrigação e o nosso municipio esta parssando por um peiodo de seca grande.

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