Em carta aberta, Lóssio explica demissão de anestesistas do HUT

por Carlos Britto // 16 de maio de 2012 às 17:30

Por meio de nota enviada à imprensa pela assessoria de comunicação, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, deu sua versão para a celeuma criada pela demissão de um grupo de anestesistas do Hospital de Urgências e Traumas (HUT). As explicações foram feitas em forma de uma carta aberta à população, também assinada pela secretária municipal de Saúde, Lúcia Giesta.

Confiram a carta, na íntegra:

Em resposta à carta vinculada pelo chamado “Grupo dos 14” que presta serviço de anestesia na região, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio e a secretária de Saúde, Lucia Giesta vêm prestar os seguintes esclarecimentos:

O Hospital de Urgências e Traumas vem mantendo parceria acadêmica importante com a Univasf e, buscando melhorar a eficiência do serviço de traumato-ortopedia, realizou contratualização com a SOTE (Serviço de Ortopedia e Traumatologia Especializada), referência em atendimento na especialidade e em apenas 30 dias, melhorou efetivamente o atendimento prestado, revertendo o quadro de pacientes nos corredores do hospital que viviam permanentemente lotados à espera de cirurgias.

A citada clínica decidiu que não utilizaria o serviço da empresa de anestesia do citado grupo, segundo a total falta de compromisso do citado grupo com a realização dos procedimentos e, consequentemente, com a vida.

Dessa forma, o citado “Grupo dos 14” passou a falar em condições de trabalho tão somente após terem sido comunicados da necessidade de redução da prestação de serviço em decorrência do movimento de ortopedia representar cinquenta por cento do movimento do hospital e, por isso, não teria sentido pagar o mesmo valor pela execução da metade do serviço.

Em reunião conduzida pela secretária de Saúde, os representantes do citado grupo mostraram-se irredutíveis na construção de solução consensual e solicitaram o cancelamento do contrato existente. A imposição do grupo – que monopolizou e cartelizou o serviço de anestesiologia da região – querendo impor tabelas fora da realidade local, tem produzido insatisfação generalizada de cirurgiões, hospitais e planos de saúde. Como exemplo, basta observar o caso da Unimed, cuja essência é o atendimento realizado pelos cooperados, e que se viu obrigada a negociar com o ‘grupo’ uma tabela diferenciada em detrimento a todos os outros cooperados.

Vale ainda salientar que “6” destes profissionais, sócios da citada empresa, são servidores públicos e deverão permanecer prestando serviço ao hospital, salvo se desejarem se afastar do serviço público com que têm vínculo.

Assim sendo, não restou outra alternativa à direção do Hospital do que a contratação de novos profissionais que chegam à cidade com desejo de servir e não apenas de se servir dela, além dos vínculos de anestesistas cedidos pela Univasf decorrente da parceria que existe.

Quanto à estrutura interna do Traumas, sem falsa modéstia, desafiamos qualquer hospital da cidade, público ou privado, a apresentar estrutura melhor do que a que temos hoje. O Hospital de Traumas é a maior referência no atendimento de urgência e emergência nas áreas de neurocirurgia e ortopedia na região, habilitado para alta complexidade destes serviços.

A sociedade ainda é ciente de que muitos dos anestesistas do citado grupo são sócios dos hospitais privados e de maneira míope não desejam a melhoria do serviço público.

Como médico que sou, sei e reconheço a importância desses profissionais e de todos que trabalham por um atendimento com qualidade à população. Não descansarei para defender os interesses da população de Petrolina.

Temos procurado melhorar as condições de trabalho dos profissionais e oferecer dignidade no atendimento à população, a exemplo das AMEs, bem como a melhora da remuneração, conforme acordo firmado com o Sindicato dos Médicos.

Importante, porém, ressaltar que a Medicina e, consequentemente, a Saúde deve ser feita com médicos, mas não para os médicos.

Saúde deve ser feita para as pessoas e de modo especial para os mais simples e é isso que desejamos oferecer sempre, com a ajuda de Deus.

Júlio Lóssio/Prefeito de Petrolina

Lucia Giesta/Secretária Municipal de Saúde

Em carta aberta, Lóssio explica demissão de anestesistas do HUT

  1. EU disse:

    Meu amigo que mora no Santa Luzia esta necessitando de realizar uma cirurgia de esófago e segundo o pessoal do atendimento do traumas ele não fez ainda por falta de anestesista, foi o que mim informaram hoje.

  2. maria disse:

    De maneira míope o Prefeito só enxerga o benefício aos hospitais particulares em detrimento da saúde pública da cidade.
    Já passou foi da hora da população tomar uma atitude de exigir a melhora do serviço público e demitir esse prefeito, afinal ele é um mero empregado temporário do povo.

  3. karina disse:

    À alguns meses atrás um rapaz por nome de Josenilson, que mora no N-11 sofreu um acidente na lombada elevada da av. monsenhor A. sampaio, a avenida tinha cido liberada para o transito naquele dia. O samu levou o rapaz pra o hospital, mais os medicos so atenderan ele quando o irmão chegou e viu ele sangrando da perna que tava quebrada em 2 lugares e todo ralado, colocaram ele numa banheira de água fria e ainda o humilharam dizendo, vc bebe pra dar trabalho, não tem vergonha e outras coisas mais. O rapaz é evangélico vinha do trabalho mora na roça tabalha em juazeiro.

    1. Maria Aparecida disse:

      Conheço bem o Traumas. Os funcionários gostam msm d certas piadinhas. Uma vez, durante meu plantão, ouvi um médico dizendo na sala vermelha: “Andar de moto é bom demais, bom demais, bom demais.” Paródia referente a música de Quem tem medo do lobo mal.

  4. karina disse:

    Eu acho que se tivesse uma envestigação com camaras ou ficais da saúde no traumas iria aparecer muita inregularidade. pra um cargo de médico ou enfermeiro eu sujiro pessoas competentes que amem a profição de cuidar das pessoas, de vergonha na cara.

    1. Maria Aparecida disse:

      Pois é, amiga, tá difícil. Médico pensa em status e dinheiro. Os enfermeiros só querem ser pedantes e ganham pouco para quererem competir com o padrão d vida dos médicos. Amor a profissão? Pouquíssimos.

  5. Marta disse:

    Quando um prefeito é obrigado a se explicar – nota de esclarecimento …….. a coisa tá feia.

  6. IRIA disse:

    Se tivesse investigação teria evitado a morte de meu amigo que veio a falecer devido uma queda da maca dentro do hospital após 2:30 de espera por atendimento.

  7. Alana disse:

    Petrolina com certeza está mais saudável livrando-se desses profissionais mercenas, que visam o retorno financeiro acima de tudo. Só mesmo um bravo médico como o prefeito para enfrentar essas feras. Valeu Dr. Julio!

  8. Crítico disse:

    “Grupo dos 14 , A imposição do grupo – que monopolizou e cartelizou o serviço de anestesiologia da região – querendo impor tabelas fora da realidade local, tem produzido insatisfação generalizada de cirurgiões, hospitais e planos de saúde”.

    SE FOI DESSA FORMA, O PREFEITO AGIU DE MANEIRA CORRETA!
    ESSES ANESTESISTAS ESTÃO PENSANDO QUE SÃO O QUE??
    GARANTO QUE TEM MUITOS OUTROS PROFISSIONAIS QUE SÃO SÉRIOS E QUE NÃO IRÃO IMPOR ESSA TABELA DIFERENCIADA E QUEM GANHA COM ISSO É A POPULAÇÃO.

    1. Maria Aparecida disse:

      Pois é, pra quem não sabe, há mts anestesistas q ganham mais por cirurgia do q um cirurgião especialista tipo um ortopedista ou cardio. Pequenas Empresas Grandes Negócios

  9. Indignada disse:

    O erro desse governo foi colocar essa Lúcia Giesta como secretária. Pelo o que eu sei e isso pode ser verificado junto ao CRO ela nunca nem terminou o seu curso de Odontologia e agora vem secretariar uma área de saúde. Muito me admira o sr. Júlio Lossio (doutor para mim só quem fez doutorado, como nunca vi o diploma de doutorado dele, não posso “dar” esse título a quem por direito legal não tem) que agora vem jogar pedras na classe a qual ele pertence e graças à ela foi eleito prefeito de nossa cidade, o senhor não é prefeito só de um lado, o médico, o doutor, o cidadão, o estudante, todos eles são seus eleitores e estão de olho no que está acontecendo. Fica aqui o recado a Sra. Lúcia Giesta, o acesso ao atendimento público não é apenas para os pobres, é para todas as classes sociais, o direito a saúde é para todo cidadão, independentemente do contra-cheque dele. O serviço público pode e deve ser o modelo, mas o acesso deve ser a todos os cidadãos. Fazer teatro é a maior sensação do momento! Leitores, fiquem de olho, as eleições estão próximas, é a hora de mudar de verdade e cortar as amarras! Vote consciente.

  10. Alana disse:

    Não acredito que Lucia Giesta não tenha registro no CRO

    1. Indignada disse:

      Alana, procurei em não encontrei…. quer procurar você também? Segue o site: http://www.cro-pe.org.br/site/index.php?option=com_wrapper&view=wrapper&Itemid=51

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