Em debate acalorado, estudantes reforçam em audiência pública sistema de “blindagem” como adequação a Enem

por Carlos Britto // 20 de abril de 2012 às 09:35

Num debate acalorado, a audiência pública que tratou do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ontem à noite (19) na Casa Plínio Amorim, dividiu opiniões em torno do assunto. Mas sinalizou que a maioria dos estudantes sanfranciscanos presentes ao evento defende adequações ao Enem como único meio de ingressar em universidades públicas.

Proposto pelos representantes da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputados estaduais Odacy Amorim e Isabel Cristina, o encontro levou à Câmara representantes de entidades estudantis e de instituições de ensino superior, da Prefeitura de Petrolina e do Legislativo de Juazeiro entre outras diversas autoridades.

Graças à mobilização, muitos estudantes compareceram à audiência e lotaram o plenário. Alguns tiveram a chance de manisfestar suas opiniões, e estas apontaram um caminho: Um sistema de “blindagem” para os cursos oferecidos sobretudo pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

Para os defensores da blindagem, que propõe – além dos critérios do Enem – uma segunda fase para os estudantes que desejam frequentar a instituição, a medida seria fundamental para garantir o ingresso dos estudantes sertanejos na universidade, os quais se sentem excluídos da forma como o processo seletivo é realizado atualmente.

Como justificativa algumas lideranças estudantis destacaram, em seus pronunciamentos, que a medida já foi adotada por universidades federais como a do Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco, com resultados satisfatórios. Também foi ressaltado pelos estudantes que a blindagem viria, sobretudo, para valorizar aqueles fora do eixo Petrolina/Juazeiro e que fazem parte da Região Integrada de Desenvolvimento (Ride), os quais não estão conseguindo ser aprovados.

O alvo foi o curso de Medicina da Univasf, que tem poucos estudantes locais. Mas as críticas também se direcionaram a outros menos procurados na instituição, como Ciências Farmacêuticas, Psicologia e Enfermagem, cujas vagas acabam ficando ociosas porque candidatos de fora desistem de vir para a região ou trancam o curso depois de começarem.

Do lado dos favoráveis ao Enem, o vice-reitor da Univasf, Túlio Nobre, contestou o fato de que o exame “exclui” os estudantes locais. Ele também deixou claro ser “um retrocesso” a volta do vestibular, o que acabou gerando vaias por parte da plateia estudantil presente ao evento, que só foi encerrado depois das 23h.

Em debate acalorado, estudantes reforçam em audiência pública sistema de “blindagem” como adequação a Enem

  1. Pedro disse:

    Realmente a elite petrolinense estava toda lá, GEO-Bios, ainda bem que nosso vice-reitor é coerente quando diz que voltar ao sistema tradicional de ingresso é um retrocesso. E o melhor é que a Univasf tem autonomia administrativa independente, então não adiante vir essa ruma de políticos interessados em coquistar essa meia dúzia de votos desses estudantes bios-geo. Já dizia nosso representante do DCE nessa época, ano de eleição, aparece muitos “pais” pra Univasf, como se a Universidade não fosse de todos. E o mais engraçado é que todos que “reivindicam” essa blindagem são só estudantes de medicina, tanto é que seus argumentos expostos só utilizavam o curso como exemplo, sabe porque isso? Porque nos demais cursos não há coerência para as formas de argumentos apresentado. E o mais interessante foram as pessoas que compuseram o debate, só vi o interesse de escolas privadas serem defendidos, se não fosse os poucos representantes da ERECC o que seria das escolas públicas. Não foi um debate igualitário, pois só houve a defesa dos elitistas e esqueceram de convidar/trazer os estudantes da escolas pública. E se tratando de opinião tem que levar em consideração a de todos os estudantes do RIDE e não só a da pequena parcela Geo-Bios. Querem voltar a elitizar as universidades.

    1. Carla Araújo disse:

      Amigo, creio que você foi um dos muitos que não ficaram até o final pra escutar todos os argumentos. Temos vídeo e postaremos. E, não, não é só em medicina que os problemas estão fundamentados. Procure informação e pare de falar asneiras como muitas pessoas ontem dotadas de informação sem compromisso com a verdade, falando sem saber das coisas. Esse seu discurso de que somos um movimento elitista já caiu, temos muitas pessoas de escolas públicas adeptas. Boa tarde =)

    2. estudante de pré-vestibular disse:

      agora explica qual o prejuízo para os alunos da RIDE no estabelecimento de uma segunda fase presencial na Univasf.

      1. ACLMI - MILK disse:

        Temos algumas redes publicas com um bom sistema de ensino quase igualado ao seu. Mas á também escolas com um sistema de ensino muito baixo e, não vai ser á opinião de um bando de mauricinho,que nunca entrou em uma escola da periferia e que não sabe o que é ser um estudante de verdade,que para fazer uma inscrição tem que trabalhar!não é só pedir ao papai não! vocês são muitos egoísta,é por isso que o Brasil anda dessa forma,não é por causa da população pobre é falta de respeito pelo outro. ´Porque vocês estão acostumados a tomar o lugar do pobre,mas isso MUDOU!

  2. Moises Solon disse:

    Se vc quer uma universidade com qualidade vc tem que ter os melhores alunos, se vc que passa a limitar o ingresso de alunos vc vai ter uma piora no quadro geral de ensino, e isso é fato, o enen é a forma mais adequada de ingressar na universidade. Se os alunos abandonam cursos isso acontece em todos os cursos menos concorridos do brasil e aqui não ia ser diferente.

    1. Dreda disse:

      “Se vc quer uma universidade com qualidade vc tem que ter os melhores alunos,(…)”
      ISSO É FATO. O curso de medicina é diferente, é elitizado (intelectualmente) por natureza, e só deve ser frequentado pelos melhores alunos. Enfraquecer o nível dos alunos só trará prejuízo para a população que será atendida no futuro. Não pensem que um primeiro-lugar-no-vestibular e um semianalfabeto terão o mesmo desempenho no curso, mesmo supondo-se que terão condições de curso idênticas.

  3. Junior disse:

    Pedro.
    Comentário seu infeliz. Muito pelo contrário, teve muitos alunos presentes de escolas públicas, e teve sim o momento de alguns alunos de escola publica falar. Acho que você não esteve presente na audiência pra ta falando um absurdo desse.

    1. Ivan disse:

      Os alunos de escolas públicas que lá estavam eram da escola de referência Clementino Coelho que não entra qualquer um. Que me apontem a presença de algum estudante pobre da escola Moysés Barbosa ou de qualquer outra escola da periferia de Petrolina, tais como dos Bairros José e Maria e João de Deus.

  4. Mireia disse:

    Os cães ladram e a caravana passa.

  5. Luiz disse:

    Os 3 representantes da UEVASF que estiveram a frente do debate são oriundos de escolas públicas! Os 3!

  6. ACLMI - MILK disse:

    Dizer que os estudantes do Vale do São Francisco estão querendo o sistema blindagem é uma mentira.Podemos dizer que os estudantes do Vale,de redes privas estão querem adquiri-lo.Na câmera, tinha cerca de 20 alunos da rede publica, não por falta de interesse,mas por informação.
    Compareceram esses alunos, pelo fato de, que alguns integrantes da rede de cursinho,que estudam na rede publica,foram informados e, repassaram.Sendo assim o interesse é da elite em retirar o ENEM!.E nós não fomos convidados por que a apoiamos sistema de integração pelo ENEM, PORQUE ISSO É UMA CONQUISTA NOSSA!.
    Durante décadas, fomos vistos com,os coitados, analfabetos.Mas hoje GRAÇAS A DEUS,essa realidade mudou, agora temos voz,e antes de tomar qualquer decisão ,nós iremos opinar também,quera vocês ou não!

  7. Maria disse:

    Se querem entrar na Universidade, concorrendo em pé de igualdade, sem distinção de classes, cor da pele ou partidária, façam a única coisa que deve ser feita: ESTUDEM!!!!!!!!!
    A juventude de Petrolina e Juazeiro tem que parar de andar correndo atrás de festas sem futuro e se dedicarem um pouquinho mais aos estudos, praticar boas leituras, praticar interpretação de texto, pois o que eu vi nas provas do Enem é basicamente interpretação, se vocês souberem discernir a questão farão um ótimo Enem.
    Cobrem dos colégios público e privados, cursinhos que realmente ensinem vocês a estudarem e aprenderem.
    Que fique o Enem!

  8. Ronaldo disse:

    Esta discussão é uma bobagem. Sou de Petrolina, estudei em escola pública, e meu ingresso na Univasf foi através do Enem.

  9. Luiz Henriquei disse:

    Vejo muita gente da região cursando diversos cursos da univasf e aos que não estão lá, estudem pois nada vem de graça. Agora tem muita gente ai que quer entrar na faculdade sem estudar! Pera ai né? Se não passou, estude e tente novamente! ;)

  10. Livre Pensador disse:

    As pessoas falam como se o único curso com problemas fosse o de medicina. Isso é marcante em diversos outros cursos. E, para a informação dos elitistas de plantão, existem estudos que apontam para o curso de medicina como tendo um dos maiores índices de evasão do Brasil. E uma segunda fase do vestibular não impede que pessoas de outras regiões venham concorrer aqui. Apenas seleciona aqueles que estão dispostos a cursarem a universidade aqui. Pois, que mérito há para o engrandecimento da qualidade do curso um aluno que chega e não fica, apesar de notas excelentes para a região, embora baixas para diversas partes do país? A qualidade geral do profissional não vai ser igualmente menor se ele entra aqui ou se na UFBA ou UFPE? E não existem alunos daqui passando na UFPE e não conseguindo passar aqui, apesar da imensa tradição dos cursos de lá? Aonde que esse aluno daqui é inferior?
    Ah, e a qualidade do curso de medicina da região não é isso tudo. Veja o link do corpo discente da UNIVASF:http://www.graduacao.univasf.edu.br/medicina/?pg=paginas|relacaodosdocentes-html
    Quantos doutores e mestres têm proporcionalmente ao número de professores? Então, pára com essa besteira. O nível do curso segundo o MEC, por meio do ENADE é 3, ou seja, intermediário, nem bom nem ruim. Já psicologia, curiosamente, para aqueles que faculdade só vale se for medicina, ou na pior das hipóteses direito, segundo o ENADE é 4. O curso de enfermagem da UPE em Petrolina é 5. Então, chega de só medicina.

    De todo modo, faz-se imprescindível o investimento maciço em educação. Por que não cobrar isso e discutir questões tolas como se uma segunda fase vai prejudicar ou não. Quer seja retrocesso ou não. É a vontade dos alunos da região. Imagino que os maiores interessados signifiquem alguma coisa. Ah, vinha me esquecendo. Os alunos de escola pública em sua maioria não defendem piamente o ENEM, porque este não é a solução, ao menos, ainda.

  11. Livre Pensador disse:

    Errata:
    Por que não cobrar isso em vez de discutir questões tolas como se uma segunda fase vai prejudicar ou não?

  12. Patricia aguiar souza disse:

    As dificuldades encontradas por muitos estudantes sertanejos, principalmente da rede pública de ensino, para ingressar na universidade mostram que nós estamos em desvantagem. Portanto, seja a blindagem ou qualquer outra etapa além da avaliação do ENEM será inútil caso persista a atual forma de ingresso, pois ou será a elite petrolinense ou será pessoas de outras regiões com melhores qualidades de ensino. Há um outro ponto muito importante que ainda não foi comentado, pois há muitos estudantes de escolas públicas que alcançam a vaga, mas não conseguem permanecer!!! e como todos nós sabemos, mesmo sendo uma universidade federal um curso universitário exige outros custo diretos e indiretos. Enquanto persiste o quadro atual estou sem a vaga e sem as condições!!!

  13. Desconstruidor de Discurso disse:

    Eh preciso colocar parametros no debate. Primeiro, criar uma segunda etapa, alem do ENEM para ingresso na UNIVASF eh aplicar o principio da reciprocidade, jah que a maioria esmagadoras das universidades publicas nao aplicam o ENEM como forma unica de ingresso; dois, os proprios ptistas alardeam que as universidades onde foram aplicadas as cotas nao houve queda de conceito, por aqui seria diferente… mas a questao crucial foi colocada de fora. Os representantes da UNIVASF soh sao a favor do ENEM porque sabem que o adotando tem a garantia de mlhoes em verbais federais. Manipulam os dados ao afirmarem que a maioria dos alunos eh da Regiao, que Regiao? a regiao de Recife, Salvador, Fortaleza. O debate eh saber se os jovens do Sertao estao ingressando na UNIVASF e nao os nordestinos das capitais….

    1. Livre Pensador disse:

      Muito bom o seu comentário. Concordo plenamente.

  14. FATIMA SILVA disse:

    Eu estava lá o vereador OSINALDO deu um show, e provou por a mais b, que é preciso que a universidade atenda a demanda regional.

  15. priscila disse:

    babado confusão e muita gritaria….adoroooo!!abaixo o enem, viva o povo brasileiro..Kkkkkk

  16. Maykin disse:

    Elite concentrada, educada ao ponto de vaiar aqueles que vinham de encontro as suas opiniões, argumentos sem fundamentos, desmoralização do ENEM, políticos carregados de discursos sensacionalistas em prol de benefício eleitoral, pouca representação dos estudantes de escolas públicas por falta de informação,”tapa de luva” apontado em dados concretos sobre a representação dos estudantes do Vale do S.Francisco na Univasf pelo vice-reitor. Resume-se assim a assembleia.

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