O professor da rede estadual de ensino em Pernambuco e pai, zeloso pelos seu filho e demais jovens, José da Silva Borges envia um artigo sobre o perigo dos suplementos alimentares, que estão se popularizando, sobretudo, entre aqueles que praticam exercícios físicos em academias.

Acompanhe a preocupação do professor, que deve ser também da sociedade como um todo, especialmente as autoridades da área da Saúde e Vigilância Sanitária:

“Meu alerta deve-se ao fato de ter um filho e confrontá-lo quanto às substâncias que tem ingerido ao longo do dia.

Nunca tinha perguntado sobre aqueles potes e mais potes que via na cozinha de casa, mas fiquei em alerta quanto a evolução do seu corpo. Em pouco menos de dois meses, o meu garoto que era franzino, agora subiu mais de 10 quilos ficando totalmente diferente sua estrutura física.

Procurei saber sobre os produtos que estava tomando, uns nomes estranhos, ‘Whey Protein, Jack3d e BCAA’. Fui pesquisar na internet sobre os nomes, misto de alivio e preocupação, a tal da Whey Protein nada mais é que proteína concentrada do soro do leite fiquei aliviado, o BCAA uma sigla um tanto estranha, mas também fiquei tranquilo, pois se trata de aminoácidos de cadeia ramificada, também um produto dentro dos padrões brasileiros e liberado pra venda, o que me preocupou foi o Jack3d, produto importando, proibido no Brasil, muito consumido, altamente forte, relatos de mortes por sua ingestão em grande quantidade, relatos que contém substâncias utilizadas em remédios para depressão, confesso que fiquei muito apavorado com esse produto, por fim e três dias de pesquisa, vi também que o crescimento do meu menino não estava normal.

Relatos de pessoas tomando suplementos que com dois meses, tinham a evolução de 5 a 7 quilos, o meu garoto tava com mais de 10 quilos do seu peso antigo. O que me veio rapidamente a pensar, que ele tava fazendo uso de mais alguma coisa que eu não sabia, só me restava confronta-lo. Uma conversa tensa com o meu filho, mostrei a ele que tinha pesquisado sobre os produtos e que não aprovava o uso do Jack3d, e que se ele estivesse tomando mais alguma coisa que me falasse, pois suspenderia o seu dinheiro e não compraria mais nada de produtos, com isso ele me confessou que estava tomando capsulas de um produto, ou suposto suplemento, de nome M-drol, novamente na internet, vi que tratava-se de produto proibido e uma droga, anabolizante dos mais fortes que existem no mercado, segundo relatos na internet.

Proibi na mesma hora o seu uso e perguntei onde ele comprou, ele me disse que foi numa loja de suplementos onde vendia a unidade do produto a R$ 4,00. O que venho a alertar, é experiência própria em casa, combinei com meu filho que qualquer produto que ele queira agora eu comprarei primeiramente, me dando o nome para pesquisar seus efeitos e se é legal sua venda.

Vejo farmácias de Petrolina e Juazeiro sofrerem fiscalizações para que seja combatido a venda de remédios sem receitas e também de remédios proibidos. Depois da experiência com meu filho e de conversar com ele, vi que existem lojas agora especializadas em suplementos alimentares e academias que praticam a venda de produtos importados, que são proibidos pela ANVISA e que vendem anabolizantes livremente, inclusive a menores de idade como é meu filho e não sofrem fiscalizações e muitos menos penalidades, como não tinha como provar sua compra nesse estabelecimento, não pude tomar providências, mas estou pesquisando onde posso denunciar tais práticas a ANVISA.

Fica o alerta aos PAIS, perceba as transformações físicas dos seus filhos, procure conhecer o que ele está consumindo de produtos, se não entende, pesquise, converse com o seu filho a respeito, faça-o perceber que você também conhece os produtos que ele está usando. E AS AUTORIDADES COMPENTENTES AO RAMO PROVIDENCIAR FISCALIZAÇÕES.

Venho destinar esse texto também para agradecer seu profissionalismo e seu empenho perante a comunicação, sou leitor assíduo do seu Blog, hoje, feliz por parabenizá-lo pelo grande trabalho que tens feito e triste por relatar um episódio que vejo não só em meu lar. Desde já agradeço a atenção.”

José da Silva Borges

Professor do Estado de Pernambuco