Transitar pelos arredores da Igreja Catedral, no Centro de Petrolina, virou motivo de preocupação para muitas pessoas. O motivo, infelizmente, é o mesmo que atinge muitas cidades brasileiras. Menores drogados estão invadindo os espaços públicos, incomodando motoristas no semáforo da Avenida Guararapes, em frente à prefeitura, e causando certo temor em que costuma frequentar praças como a do Maria Auxiliadora.

Na semana passada, uma equipe da Vara da Infância e Juventude recolheu à unidade da Funase (antiga Funac) cinco menores que estavam naquelas imediações.

Há dez dias, foi a vez dos conselheiros tutelares, em parceria com a guarda municipal e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho (Sedest), agirem. Por meio de muito diálogo, eles conseguiram dispersar um grupo de jovens que insistem em fazer malabarismos no semáforo da Guararapes.

Segundo o ex-conselheiro Evaldo Francisco (hoje ligado à Sedest), cerca de 20 menores vêm diariamente da cidade de Juazeiro para o local, com o intuito de pedir trocados aos motoristas após suas “apresentações” circenses. Mas por trás da arte se esconde o consumo de drogas. “Todos os trocados eles pegam para comprar droga. Eles ficam com uma parte e a outra dão para quatro ‘hippies’, que monitoram as ações”, afirmou.

Evaldo informa já ter comunicado o problema ao Conselho Tutelar em Juazeiro, que procurou os familiares dos menores. Alguns deles, inclusive, estão incluídos em programas do governo federal e as mães recebem Bolsa-Família, mas os jovens insistem em ir às ruas. O representante da Sedest mostrou até onde os menores fumam crack, em plena luz do dia, na praça Maria Auxiliadora (foto). “A família perdeu o controle desses meninos. Agora vai ter que ser uma ação mais enérgica, do Poder Judiciário e do Ministério Público”, lamentou.

Reuniões

Para Thalita Nunes Andrade, uma das conselheiras tutelares de Petrolina, somente com o esforço conjunto dos órgãos e da sociedade essa problemática poderá ser minimizada. Ela informa que esses menores têm um lar, mas são vítimas de uma desestruturação familiar e necessitam de tratamentos. Sejam psicológicos ou até mesmo o encaminhamento ao CAPSi, para cuidar do vício dos mesmos ou de transtornos provocados pelas drogas. “Estamos fazendo nossa parte, mas não depende só de nós. Por isso promovemos reuniões mensais com representantes de todos esses órgãos”, avaliou.