Buscando reforçar sua luta para impedir que 21 PMs sejam transferidos do sertão para a Região Metropolitana do Recife, representantes da Comissão do Fórum de Esposas e Familiares de Policiais Militares do Estado de Pernambuco foram ontem (07) à Casa Plínio Amorim pedir apoio dos vereadores.
Visivelmente emocionada, uma das esposas que integram a comissão, Maria Alves Feitosa da Silva, disse ter deixado com os representantes do Legislativo Municipal documentos os quais provam que seus maridos têm relevantes serviços prestados à corporação.
Os profissionais transferidos são, basicamente, de unidades da PM em Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Ouricuri. Segundo Maria Alves, a maioria desses policiais tem quase 30 anos de trabalho. Portanto, formaram suas carreiras e bases familiares na região. Uma mudança, agora, traria prejuízos a todos.
“Não queremos nenhuma regalia. Queremos apenas que nossos maridos permaneçam onde estão. A maioria já trabalha aqui há 27, 28 anos e vai para uma cidade totalmente estranha. Eles não vão desempenhar um bom serviço, num lugar que não conhecem. Vão ficar com o psicológico abalado, porque deixarão suas famílias aqui desamparadas”, desabafou a representante da comissão, acrescentando que nenhuma das esposas foi informada sobre os critérios estabelecidos para a transferência dos policiais.
Sensibilidade
A ex-vereadora de Juazeiro, Marli Carvalho, decidiu engrossar a causa da comissão depois de ter sido convidada por esposas dos PMs que moram na cidade baiana. Segundo ela, o que chamou atenção foi o fato de os policiais transferidos estarem na categoria “excepcionais”.
Além disso, Marli informa que os quadros da Polícia Militar em Petrolina têm um contingente de pouco mais de 500 profissionais, para quase 300 mil habitantes. “Os (policiais) excepcionais vão porque Petrolina tem muitos (policiais) excepcionais? Tem coisas que a gente fica sem compreender”, indagou. A ex-vereadora também justificou ser necessário levar em consideração o direito à liberdade dos PMs – se querem ou não ser transferidos -, sem falar no seu bem estar físico, que passa também pelo fator psicológico.
“Um policial que deixa sua família aqui e vai trabalhar no Recife, ele vai estar bem psicologicamente? Acredito que não, sobretudo pela surpresa que foi essa decisão do governo do estado”, afirmou, acrescentando que há caso de policiais, na lista, com esposas em tratamento oncológico. Integrante do PSB baiano, Marli disse acreditar que o governador Eduardo Campos terá sensibilidade para analisar cada caso.
Os PMs ainda permanecem na região graças a uma liminar judicial concedida à Associação de Cabos e Soldados pelo juiz de Direito Edilson Moura. Os deputados federais Gonzaga Patriota e Fernando filho já se comprometeram em intervir na questão. Ontem, o vereador Zenildo do Alto do Cocar solicitou à presidente da Mesa Diretora, vereadora Maria Elena, convidar o comando do 5º BPM para dar explicações sobre o assunto.



Quero ser solidária com essas esposas, que estão passando por esse problema. Não desistam de lutar pelo que acreditam, pois a família é a base da nossa sociedade, e para ter uma base boa é necessário ter uma família estruturada com pais e filhos juntos, e uma distância como essa, desestrutura qualquer família. Só mesmo alguém sem o menor bom censo para fazer uma coisa dessas. Imagino que o nosso ilustre governador tenha mulher e filhos, e gostaria que ele se colocasse no lugar desses maridos, indo para uma cidade tão longe de casa, será que esses policiais iram trabalhar bem, tendo deixado mulher e filhos distantes. O governador que teve o avô exilado, já imaginou como o pai dele se sentiu? Será que a família dele sofreu com a distância? E só para lembrar nós não estamos mais na época da ditadura, só que isso é o que achamos, mais na realidade a ditadura continua dentro dos quartéis.
Bem que podiam ter vergonha vendo o que os colegas baianos estão fazendo. Querem o quê, horario comercial ?