A bola da vez
Em 2 de janeiro, primeiro dia útil de 2012, o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, tornou-se o primeiro novo alvo do Governo Dilma Rousseff, que em 12 meses demitiu seis integrantes do primeiro escalão por suspeitas de corrupção – evaporadas das páginas de jornais tão logo deixaram seus assentos.
Com base em levantamento feito pela ONG Contas Abertas, o jornal Estado de S.Paulo destacou, em sua manchete, que o ministro pernambucano beneficiou seu reduto eleitoral ao destinar 90% de verbas de prevenção e preparação de desastres naturais para obras iniciadas em 2011 em Pernambuco, estado governado pelo padrinho político Eduardo Campos (PSB).
Bezerra Coelho, ex-prefeito de Petrolina, acabava de transferir seu domicílio eleitoral para Recife e tem, como se vê, claras chances de disputar a prefeitura da capital – o que desagrada inclusive o PT local, liderado pelo prefeito do Recife, João da Costa.
Nas contas da reportagem do Estado, dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu 14 vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, onde chuvas fortes provocaram enxurradas e deslizamentos no ano passado.
Por esta rubrica, Pernambuco recebeu R$ 25,5 milhões, contra R$ 1,8 milhão liberado para o Paraná. Ao todo, R$ 28,4 milhões foram pagos em obras autorizadas pelo ministério em 2011 para a prevenção de desastres naturais. São Paulo, por exemplo, não recebeu nada dos R$ 31 milhões previstos para a construção de reservatórios para conter cheias na região metropolitana.
As contas, porém, precisam ser vistas com calma. Isso porque o Ministério da Integração não é a única pasta do governo responsável por obras para prevenção, uma tarefa também de municípios e governos estaduais. (Fonte: Carta Capital)


