Vereadora Anatélia critica situação da saúde mental em Petrolina e revela que para obter informações de CAPS é preciso ser anunciado

por Carlos Britto // 12 de dezembro de 2011 às 18:38

A vereadora Anatélia Porto (PSD) aproveitou o anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff, sobre a implantação de um Plano Nacional de Combate ao Crack, semana passada, para comentar outro assunto, na Casa Plínio Amorim, que tem ligação direta com o tema.

Devido ao crack provocar, em muitos usuários, transtornos psíquicos, a líder de oposição na Casa Plínio Amorim ressaltou que em Petrolina, infelizmente, ainda não existe um serviço de saúde mental de qualidade.

Ela citou um exemplo de uma mãe, desesperada porque seu filho que tentava suicídio precisava de um medicamento no CAPS infantil, e sabia que lá não iria encontrar nenhum médico. “A gente solicitava pelo menos o apoio de um psicólogo, de um especialista, porque ele precisava tomar remédio por ter tentado suicídio”, revelou.

Em tom de desabafo, Anatélia deixou um duro recado para o próximo gestor de Petrolina, independente de quem quer seja: “Espero que ele tenha o compromisso com essa transformação. Não adianta termos prédios, os serviços, se eles não atendem às necessidades para as quais foram criados”, afirmou. Anatélia lamentou, ainda, o fato de que nas três unidades de CAPS existentes na cidade, os vereadores precisam ser anunciados se quiserem obter informações. “Jamais abrirei mão do direito constitucional que temos de investigarmos e fiscalizarmos. Não aceito maquiagens que não seja nos nossos rostos”, completou.

Vereadora Anatélia critica situação da saúde mental em Petrolina e revela que para obter informações de CAPS é preciso ser anunciado

  1. Mônica Cruz disse:

    Parabéns vereadora pela sua fala. Precisamos de um gestor que tenha um olhar mais apurado para a Saúde Mental de Petrolina. Há inúmeras demandas que são diariamente ignoradas. Fico a imaginar que desses descasos brotam inúmeros casos de violências, doenças crônicas, perda da capacidade produtiva causadas por estresse, depressão e demais transtornos e doenças mentais somente pela falta do cuidar. Soube que o então prefeito de Petrolina, numa de suas falas públicas disse NÃO ter interesse em investir na contratação de profissionais de psicologia porque o que a comunidade precisa é de remédio ao invés de “conversa”. Parece que o grau de miopia do Dr. está se acentudando, pois não enxerga que o mundo discute humanização, direitos humanos, redução da medicalização e tantos outros assubntos que previlegiam o respeito e a capacidade reflexiva. Petrolina precisa avançar.
    Mônica Cruz – Psicóloga

  2. galdino disse:

    Excelentíssima Vereadora,
    Vivemos numa sociedade que sofre dos maus do século: Doenças mentais, emocionais, alcoolismo, drogadicção, tabagismo… Vejo a vossa preocupação sendo bastante pertinente. Os problemas emocionais são a porta de entrada para as drogas. De um transtorno da ansiedade não tratado, por exemplo, aparece a necessidade do prazer para aliviar a dor, no álcool por exemplo. E o problem se torna um ciclo sem fim: A dor emocional, a anestesia alcoolica… Chega um tempo que o álcool “perde seus efeitos” ou a pessoa perde o controle sobre ele. Ou se torna um alcoólico crônico ou parte para drogas ilícitas. Da garrafa de bebida, passa-se à maconha, da maconha, à cocaína, da cocaína, ao crack, do crack, à morte. Isso se não morrer de problemas relacionados ao álcool bem antes. Ou se não cometer suicídio em virtude dos problemas emocionais. Ou causar prejuízos aos outros. Normalmente são pessoas recuperáveis, se dado o devido tratamento. O processo de recuperação dos problemas emocionais, das drogadicções, incluindo álcool e cigarro, não é simples de se resolver e geralmente é de longo prazo, com altos e baixos. Por trás da drogadicção há um problema emocional. Ou por trás de um problema emocional há a drogadicção. Muitas vezes, é uma dupla que anda de mãos dadas e nenhuma pode ser tratada sem cuidar da outra. Respeito o esforço dos profissionais do CAPS. Mas é preciso que haja uma melhora no seu funcionamento. No CAPS, de manhã alguns bebedores são atendidos e no fim da tarde vão beber. E voltam para cuidar da ressaca no CAPS. Culpa dos profissionais? Não. Por quê é preciso que o usuário de droga queira. Culpa da estrutura? Muitas vezes sim. Muitas vezes, a força da doença da adicção tomou tanto de conta do cérebro do usuário que ele perdeu totalmente o controle sobre sua vida, sobre sua decisão. E resta a internação. Se ele correr risco de vida e colocar os outros em risco, pode ser compulsória (embora esta modalidade não se mostre muito adequada, é em último caso, em algumas situações, funciona). O CAPS não tem estrutura para internação. O SUS não dispõe de espaços especializados para internação. Quem já assisitu aos filmes “28 Dias”, com a Sandra Bullock e “Quando Um Homem Ama Uma Mulher”, com Meg Ryan e Andy Garcia, sabem de quê tipo de tratamento estou falando. É o tratamento com uma visão holística do ser humano, que inclui psicoterapia individual e de grupo, atendimento psiquiátrico, a visita aos Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos e Neuróticos Anônimos, o chamamento da família (a família também adoece), a visita dos familiares aos grupos Al-Anon, e por quê não dos representantes da sociedade(religiosos, voluntários, pessoas em recuperação para darem seus testemunhos)?, tudo para que haja esse pacto espiritual entre o dependente, o doente emocional e ele mesmo. Por quê o acordo é entre o doente e ele mesmo. Tudo isso é possível em diversas clínicas especializadas, todas particulares e caras. E o dependente, quando cai em si, já perdeu tudo, não pode bancar mais um tratamento desses. Aí é que entraria o SUS. Um tratamento de um dependente é caro. Mais caros são os prejuízos que traz à sociedade. Infelizmente ainda vivemos o radicalismos da eliminação do doente, da exclusão, de jogá-lo atrás das grades, de interná-lo em hospitais de custódia sujos (desde que sejam com os outros, todo mundo tem facilidade de opinar, quando o caso cai em nossas famílias, a história muda)… O problema não é eliminar o doente. É cuidar do doente para tratar a doença. Não é gasto, é investimento. Não defendo aqui erros irreparáveis cometidos por drogados e alcoolicos. Mas afirmo que se forem tratados com seriedade, é provável que esses erros sejam ao menos minimizados. Nos grupos de recuperação (AA, NA) é comum se ouvir: “Não temos culpa da nossa doença. Mas somos responsáveis por nossos erros e por nossa recuperação”. Para concluir, a frase do velho e saudoso Donald Lazo, médico psiquiatra, alcoolico recuperado, que escreveu o livro “alcoolismo, o que você precisa conhecer”: ” O que quer que deva ser feito pelo alcoolatra que não seja feito para que ele pare de beber. Mas que seja feito para que ele QUEIRA parar de beber”. E esse QUERER envolve muitas coisas, já citadas acima.
    Abraços.

  3. Aquiles disse:

    Vereadora Anatélia, a saúde mental mais grave que existe hoje é a saúde dos políticos.

  4. 213 disse:

    Impressionante como os fatos são deturpados nessa “POLITICAGEM” suja.

    1. tereza disse:

      os primeiros que deveriam se tratar ,deveriam ser os politicos, porque ai o povo ficaria curado de tantos abusos desses…

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Últimos Comentários

  1. Ao observar essa emblemática fotografia, com personalidades que fazem a história de Petrolina, me vem a lembrança do nosso Carlinhos…