Mas, ao contrário do que seu colega esperava, ela não falou em retratações. Procurando um tom diplomático, Maria Elena argumentou que não poderia nem iria se retratar em relação ao assunto, pois em nenhum momento ela acusou Osinaldo de nenhuma ilegalidade, comportamento aético ou algo parecido.

“O que disse foi baseado nas suas inúmeras declarações, e ouvimos muitas degradações das pessoas, em que ele (Osinaldo) buscava sistematicamente informações acerca das faturas que geraram os precatórios de uma das empresas listadas (CM Machado). O que por isso não merece nenhum reparo, pelo contrário. Demonstra zelo com suas funções enquanto presidente e relator dessas comissões”, afirmou. Maria Elena justificou também que decidiu criar a Comissão Especial devido ao atraso nos pareceres de Osinaldo e Alvorlande Cruz (PRTB), integrantes da Comissão de Finanças, já que o projeto que criava a Câmara de Conciliação para o pagamento dos precatórios caducava na Casa.

A presidente da Casa disse ainda que ela é quem foi hostilizada com críticas e ameaças por parte do colega, mas deixou claro não guardar mágoas, procurando a harmonia com Osinaldo. Lembrando o fato de que o vereador esteve ao seu lado na eleição da Mesa Diretora, Maria Elena demonstrou-se disposta a superar o assunto. “Digo ao colega Osinaldo que ele sempre mereceu e continua merecendo todo meu apreço e consideração, além da admiração ao homem público em que vem se evidenciando no cenário político da nossa cidade”, pontuou.

Questionamentos

Osinaldo não ficou muito satisfeito com o discurso de Maria Elena, e chegou a questioná-la após seu discurso. Mas em entrevista à imprensa, ele admitiu que virou a página sobre o assunto depois que a presidente ressaltou ter agido com correção. “Não vou permitir em Petrolina que jamais alguém duvide do meu caráter. Ficou claro que não estive lá (na CM Machado), não fui e nem vou. Até porque se eu estava duvidando dos precatórios, como eu iria atrás do dono da empresa para falar com ele. A empresa, que precisa receber seu dinheiro, é que venha até esta Casa”, ratificou.

Disse ainda ter aceitado o pedido da colega, que solicitou algumas fitas de gravações de discursos feitos por Osinaldo sobre os precatórios, antes de se pronunciar. Segundo ele, Maria Elena se convenceu de que ele cobrou da CM Machado a documentação para que fosse enviada à Comissão de Finanças. Perguntado se seu relacionamento com a presidente voltará à paz, ele resumiu: “Ninguém procura a paz nesta Casa mais do que eu”.