Cerca de 200 trabalhadores rurais reassentados do Sistema de Itaparica participaram ontem (24) de uma audiência pública no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Recife, onde discutiram com deputados e entidades governamentais os problemas dos projetos de reassentamento surgidos com a construção da Usina Hidroelétrica Luís Gonzaga, localizada em Petrolândia, sertão do Estado.

O evento, solicitado pela deputada Isabel Cristina (PT), foi realizado pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Negócios Municipais da Alepe, e contou com representantes da Chesf, Dnocs, Governo de Pernambuco, Fetape, Polo Sindical/STR e vereadores, além dos prefeitos Lourival Simões (Petrolândia), Dédi (Orocó), Romero Magalhães (Itacuruba), e do deputado federal Fernando Ferro (PT).

A Codevasf, empresa responsável pela gestão dos projetos e muito aguardada para o encontro, não compareceu.

Durante os debates, os reassentados denunciaram a falta de infraestrutura adequada para a sustentabilidade dos projetos. Também afirmaram não concordar com a transferência de gestão sem que antes sejam resolvidas as pendências que se arrastam há 25 anos nos perímetros. Entre as principais demandas estão a drenagem do solo e a modernização do sistema de irrigação.

O coordenador do empreendimento de Itaparica na Chesf, Paulo Francisco Barbosa, afirmou que a companhia se baseia em um acordo firmado no ano de 1986 com a população deslocada e que o acordo previa a assistência por até cinco anos, mas há lugares onde o apoio se estende por mais de 17 anos.

No final da audiência, foi definido que uma comissão formada por deputados estaduais de Pernambuco e Bahia, prefeitos, Fetape, Polo Sindical/STR, Chesf, além de Fernando Ferro, irá ao Palácio do Planalto em busca de soluções para os impasses. Isabel Cristina informou ainda que a comissão, munida de um relatório da situação, buscará inicialmente o apoio do Campo das Princesas, para, em seguida, se dirigir a Brasília. (Da Assessoria c/foto)