Comoção e resistência na desocupação do Belo Jardim

por Carlos Britto // 06 de outubro de 2011 às 19:29

Comoção e resistência marcaram a execução do mandado de reintegração de posse hoje (6) na ocupação do Belo Jardim. Os moradores perderam na justiça o direito de ocuparem os terrenos privados.

Juracy Carneiro (foto3) e a esposa dele Maria Luciê Carneiro (foto1) não pouparam as lágrimas diante da ameaça de demolição da casa deles. As palavras do morador traduziram a inscrição nas janelas da moradia (foto 4). Esta casa é minha vida, tudo que eu tenho está aqui. Aonde eu vou morar como minha família? na rua? eu não tenho como garantir a segurança deles, eu não posso pagar aluguel, este foi o grande destruidor da minha vida toda”, falou, emocionado, Juracy.

Comoção e resistência na desocupação do Belo Jardim

  1. Manoel disse:

    Por mais comovente que seja é preciso lembrar que a propriedade alheia deve ser respeitada. Porque não invadiram areas do poder publico que estã sendo vendidas descaradamente, até mesmo as areas de praça (uma vergonha) e ninguem faz nada, nem a justiça, nem MP, nem a imprensa fala nada.

  2. Justiceiro disse:

    Tá na hora de Lóssio ir lá, comprar a área e doar àquelas pessoas. Dinheiro não falta à prefeitura, já disse o prefeito.

    1. Carlos Henrique Medeiro disse:

      Ainda não vi nenhum Deputado, nem o próprio Ministro da Integração, se pronunciar já que a CODEVASF está relacionado..

      Lá não tem nada de particular, é da CODEVASF (MINISTERIO DA INTEGRAÇÃO)
      O único político a se pronunciar foi o prefeito Lossio..

  3. Cavalcanti disse:

    Que sociedade injusta!

    1. Gargamel disse:

      Então seja justo. compre VOCÊ um terreno e doe aos desabrigados.

  4. Carlo disse:

    É O POVO AINDA ACHA QUE O BRASIL TA EVOLUINDO QUE NADA ESSE PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA SÃO PARA OS APRADIADOS POLITICOS TANTO DA PREFEITURA COMO DO GOVERNO FEDERAL E UMA VERGONHA A MAIORIA DAS PESSOAS QUE GANHARAM CASA DESSE PROGRAMA Ñ PRECISAM FALA SERIO O PT E PERCA DE TEMPO OLHA AI A GREVE DOS BANCARIOS DOS CORREIOS OS IDOSOS COITDADOS QUE Ñ SABEM DIGITAR A SENHA PARA PODER TIRAR SEU DINHEIRO PRA PAGAR SUAS CONTAS PQ Ñ SABEM USAR UM CAIXA ELETRONICO E OS CORREIOS DE GREVE QUE Ñ ENTREGA NOSSAS CONTAS PRINCILPALMENTE DE OPERADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO QUE COBRAM TAXAS ABUSIVAS DE JUROS ENFIM QUE PAGA SOMOS NOIS INFELIZMEMENTE NOS BRASILEIROS Ñ SABEMOS VOTAR MESMO.

  5. curioso disse:

    Sabemos que pode ser dificil, mas tem de tirar realmente do local, pois não são donos, pensando bem, alguns poderiam até ser donos, vou explicar. Trabalho de mototaxi e em um desses finais de semana peguei uma passageira nas proximidades da feira do Jardim Maravilha, ela me falou que ia procurar uma pessoa nesta invasão, pois estava com a quantia de R$900,00 e compraria um pedaço de chão de uma pessoa por lá, guando entrei na invasão percebi que pelo menos mais 2 pessoas estavam negociando os terrenos a céu aberto pra todo mundo vê. Sei que se for realmente atrás pelo menos 80% dos ocupantes, não necessitam, é apenas pra sugar alguma coisa.

    1. observando td disse:

      É preciso lembra que em todos os lugares existem aqueles que só querem tirar proveito da miséria alheia, isso é apenas uma das consequências do sistema capitalista, porém muitas dessas famílias tinham sim a necessidade de um teto/terreno pra morar e essa área a muito tempo estava abandonada pelos os seus donos, então nada mais justo do quer dar para quem tinha interrese em construir sua moradia

  6. Demival Gonçalves Artésio disse:

    Inresponsablidade extrema. Não se pode nunca desapropriar uma area sem ter pra onde destinar as familias antes.
    Depois reclamam que esse país está violento, até quem quer construir uma vida decente tem sua vida destruída pelo estado, é por conta dessas iniciativas que temos tantos moradores de rua drogados em Petrolina.

  7. Pe. Antonio Moreno disse:

    Depois do episódio triste, lamentável do demolição das casas improvisadas no chamado Belo Jardim, no silêncio e tranquilidade da noite faz bem a todos uma avalição de tudo o que aconteceu aos moradores daquela ocupação.
    1. O aparato militar presente na ocupação, o zelo, o cuidado e a preocupação para realizar a destruição dos barracos manifestados pelo oficial de justiça e pelos policiais nos levam a uma reflexão. As ações tanto da justiça quanto da polícia são ágeis quando se trata da defesa da propriedade contra pessoas carentes. Se fossem sempre assim para defender os interesses da população carente em outras circunstâncias seria louvável.
    2. A presença da imprensa e dos meios de comunicação em geral no local, a veiculação dos vários pontos de vista, tudo isso é muito importante na defesa da vida e da dignidade das pessoas. Se os repórteres não estivessem presentes, se não estivessem presentes outras pessoas para defender os moradores, a ação de reintegração de posse teria sido muito mais dramática, pois a demolição começou a ser feita com muita agilidade e sem qualquer cuidado para observar a situação dos ocupantes das moradias.
    3. Chama a nossa atenção a ausência do poder público no local ou mesmo antes do trágico acontecimento. Poderia ter sido feito um levantamento criterioso para averiguar quantas famílias realmente habitavam no local antes da ação de reintegração de posse. Com os dados concretos, o poder público poderia ter encontrado uma área para fazer a doação de terrenos para as famílias que ocupavam realmente os barrcos construissem suas moradias. Ter-se-ia evitado esse lamentavel fato de ontem.
    4. Somente à tarde havia no local servidores da prefeitura realizando um cadastro das pessoas que moravam no local, mas sem muita clareza, pois alguns não souberam me responder o que e para que estavam na fila.
    5. A intervenção do poder público para reduzir o déficite habitacional aqui em Petrolina não deve se restringir na implemtnação de programas tipo Minha Casa Minha Vida. Pois é fato notório que em nosso país, grande parte desses recursos são mal utilizados, às vezes desviados de suas finalidades e acabam beneficiando mais a construtoras empreiterias, prestando-se também para fins politicos eleitoreiros. É fundamental outras ações e programas.
    6. As famílias que constroem suas moradias em ocupçãoes e lá vivem, poderiam perfeitamente receber um lote e construir sua casa e viver com dignidade. Se a prefeitura pode disponibilizar áreas para o programa Minha casa Minha Vida, poderia também disponibilizar áreas para que as próprias familias construissem suas casas. Assim como aconteceu no Pedro Raimundo, João de Deus e mesmo no José e Maria onde os proprios moradores construiram suas casas.

    7. Faz-nos pensar como é possível que se tenha em Petrolina um programa de habitação tão divulgado enquanto famílias carentes continuem naquela situação, pois lá muitos disseram que fizeram o cadastro na prefeitura e nunca foram integradas nesse programa. Por outro lado, comenta-se na cidade e lá mesmo muitos falaram que sabem de pessoas que já tinham casa e recebram casa do Programa Minha Casa Minha vida.
    8. Uma reflexão muito séria sobre a ação da Justiça. Li certa vez uma matéria que elogiava uma tendência de Juizes inclusive federais que em sua análise e decisão não levam em conta apenas o caráter objetivo da Lei. Observam outros aspectos das questões por eles julgadas. No caso como este, um Juiz não julgaria penas se os proprietários dos lotes têm direito sobre eles. Isso até já é óbvio. Mas levaria em conta o direito e a dignidade das famílias que ocupam uma propriedade privada. As famílias também devem ser consideradas em sua realidade de célula fundamental da sociedade, mereccedora de cuidado e atenção por parte do poder público. Nessa linha, o juiz poderia decidir pela reintegração de posse, mas chamaria o poder público para fazer a sua parte: levantamento criterioso para ter os dados concretos de quantas famílias realmente moram no local e negociar para que a Prefeitura disponilibilizasse áreas publicas para o deslocamento apenas das famílias que moram na ocupação. Pois o que as famílias querem é apenas um lote para construir sua casa. Assim como disponibiliza áreas para as empreiteiras construirem casas do Programa do governo pode muito bem disponibilizar para as proprias famílias contruirem.

  8. galdino disse:

    Com a escritura na mão, o dono tem direito ao seu terreno. Mas é preciso que o poder público municipal tome providências para que aquelas pessoas não fiquem desamparadas. Pela situação apresentada nas fotos, são pessoas humildes. Cadê os programas Brasil sem miséria? Não tenho nada contra a Justiça, está cumprindo o que manda a lei. O que me envergonha são os governos que prometem fantasia para o povo e nada fazem. Enquanto isso, banqueiros assaltam nossas finanças com tarifas e juros absurdos, com a bênção dos governos, ainda pegam uma boquinha na crise, engordam seus patrimônios em 20%, querem dar aumento real de 0,5% aos funcionários, após limpar nossos bolsos com suas famigeradas taxas e juros, ainda jogam nossos nomes no SPC/Serasa, órgãos mais eficientes que os Procons. Os banqueiros sim, mereciam ser despejados do Brasil, agiotas protegidos.

  9. Petrolinense disse:

    O Comentário de Pe. Antonio é a mais pura realidade, a maioria dessas pessoas precisam. Existem situações diferentes, esse pessoal ai nao estava pedindo casa, (apesar de ser o ideal) eles so queriam um local pra construir suas proprias casas, porque nao aguentam mais pagar aluguel e aqui em Petrolina esta impossivel para quem vive de salário comprar um terreno. Eu conheço bem isso e a angustia é muito grande. Esse local que foi desocupado, nao é so privado, tem área publica mesmo junto.

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Últimos Comentários

  1. Obrigada Carlos por lembrar ao povo dessa cidade, que o que ela é hoje deve a pessoas ilustres como esses…