Estudante alerta para consumo de drogas na região

por Carlos Britto // 23 de setembro de 2011 às 10:34

A estudante de Psicologia, Poliana Almeida, chama a atenção das autoridades públicas e sociedade civil de Juazeiro e região para um problema que se tornou uma praga por todo o país: o consumo de drogas, sobretudo o crack.

Confiram:

Tenho 17 anos e sou estudante de Psicologia. Estou morando em Juazeiro desde o ano passado e tenho observado que é crescente no município o número de usuários de crack por toda a cidade.

O problema está ganhando grandes dimensões e se não houver uma postura de reação da sociedade civil e das instituições que compõem o Poder Público, muito em breve o problema se tornará insustentável. O crescimento do número de usuários que fizeram do terminal rodoviário urbano da cidade um local de consumo, por exemplo, é assustador!

Moro nas imediações do terminal e confesso que sair e voltar para casa tem sido complicado. Com o passar dos dias os usuários de drogas se amontoam, em condições precárias, e nada é feito por eles. Seria de grande importância que instituições públicas e privadas, órgãos de saúde pública e a Academia se unissem para oferecer melhores condições de vida a esses cidadãos, ao invés de marginalizá-los e tratá-los como um problema de segurança pública.

Este artigo é um convite para que a sociedade se proponha a ver os usuários de drogas com novos olhos e encarar os problemas que verdadeiramente envolvem essa questão.

 Poliana Almeida/Estudante

Estudante alerta para consumo de drogas na região

  1. Petrolinense disse:

    Acho muito importante que os próprios jovens se preocupem com esse tipo de assunto. O munda está se perdendo cada vez mais, e a nossa Petrolina, que antes considerada tão calma e sem maiores perigos, hoje em dia está sendo invadida por pessoas ruins e perigosas, normalmente consumidoras desse tipo de droga. Ontem à noite em plena orla de Petrolina estavam 3 rapazes, na maior cara de pau possível, consumindo drogas, em lugar totalmente aberto e sem nenhuma preocupação aparente com as pessoas que passavam. Isso é falta de FISCALIZAÇÃO, pois eles SABEM que podem consumir lá e ninguém vai incomodá-los. Se policiais fizessem seu trabalho eles teriam o cuidado AO MENOS de se esconder pra consumir drogas!

  2. galdino disse:

    Todos tem uma solução na ponta da língua para o problema das drogas, mas estão totalmente alienados dessa realidade. Dependência Química é doença, catalogada na Organização Mundial de Saúde, catalogada na CID 10, F10-F19. A dependência química inclui o álcool, medicamentos psicoativos, uso de solventes, qualquer tipo de droga com propriedades viciantes. Uma vez instalada a dependência, as dificuldades de recuperação são imensas, eis que o cérebro do indivíduo perdeu a capacidade de controlar o uso. A droga que causa mais problemas na sociedade é ignorada por ser lícita, o álcool. Mortes por acidentes de todas as especies, homicídios, suicídios, violência doméstica, rompimento dos laços familiares, a lista é imensa dos problemas relacionados ao álcool. É certo que a velocidade de instalação da dependência do álcool é bem mais lenta que o crack, mas não pode ser ignorada. O álcool é porta de entrada para outras drogas. Todos os dependentes de crack em recuperação sofrem recaídas começando pelo álcool, uma vez usou o álcool, perde-se a razão e parte-se para outras drogas. Não adianta jogar o exército, a marinha, a aeronáutica, a PM, a civil, a federal, para combater a circulação de drogas que será dinheiro jogado fora. A droga vai onde o usuário está. A dependência química independe de posição social, sabemos que muitos abastados usam, e como, drogas, mas não tem visibilidade por quê usam nos seus apartamentos, nas suas mansões. A turma do gueto fica bem mais visível, por quê não tem lar, dá-se a impressão que crack e cachaça é coisa de pobre. Hoje sou um alcoolatra em recuperação, passei por 3 centros de tratamento, não bebo há 8 anos, bebi durante 20 anos de minha vida, sou voluntário conselheiro em centros de tratamento, visito hospitais onde se internam dependentes, reconheço a complexidade da doença. Por sorte, passei por um centro de tratamento de dependência de excelência, com profissionais altamente capacitados, onde se trabalha o indivíduo como um todo (psicólogos,nutricionistas, religiosos de todas as denominações, professores de educação física,psiquiatras, neurologistas, bioquímicos, psicanalistas, assistentes sociais, ex-usuários apresentando suas experiências de vida, os Alcoólicos Anônimos (AA), os Narcóticos Anônimos (NA), os Emocionais Anônimos (EA), entre outras entidades da sociedade civil). E nesses centros de tratamento existe uma disciplina rígida, eis que o dependente aprende a ser indisciplinado e o grande passo para a recuperação consiste na disciplina, na conscientização de que não pode usar mais, envolve sofrimento, solidão, isolamento, reflexão, medicação, aqueles 50 dias de internação, trabalhando-se do acordar ao dormir com profissionais altamente qualificados, experientes em tratamento de D.Q. Uma coisa importante: Ninguém recupera ninguém. Se o dependente não quiser dar o primeiro passo na recuperação, se não se permitir ser ajudado, nem o maior PhD em DQ irá recuperá-lo. Eu diria que mais de 90% da recuperação depende do próprio toxicômano. Acredito que o Brasil deveria investir mais em centros de recuperação de excelência ou manter convênios com entidades privadas, para atender as demandas dos mais carentes. Sinto afirmar, mas o CAPS-Ad, a despeito de todo o esforço dos profissionais que ali se encontram, é um modelo que não funciona para os casos graves de dependência. Após o tratamento, vem a recuperação. A recuperação é para o resto da vida. Eu faço a minha no A.A. Quem quer que seja que estenda a mão pedindo ajuda, quero que minha mão e de meus companheiros esteja ali, por isso, somos responsáveis. Só por hoje.

  3. sebastião damasceno disse:

    a sua preocupação polliana é validade e preocupante.sou funcionário público voltado para a área de segurança pública,trabalho durante as madrugadas e vejo velhos,jovens e crianças usando indiscriminadament drogas em plena via publica, sem contudo ter muito o que fazer,pois são usuários e usuários pela lei sancionada pelo presidente lula não deverão ser presos e sim tratados.adolescentes e crianças levar para onde? não existe local adequado para apresentá-los.quando apreendidos,deixamos com os pais ou responsáveis e no outro dia estão no mesmo lugar.no conselho tutelar recebemos de imediato na porta de entrada que eles não trabalham com drogados.quem trabalha então?que as autoridad4es responsáveis acordem para a realidade antes que o mal se alastre e torne incontrolável.

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Últimos Comentários

  1. Obrigada Carlos por lembrar ao povo dessa cidade, que o que ela é hoje deve a pessoas ilustres como esses…