O vice-governador da Bahia e governador em exercício, Otto Alencar, declarou semana passada, através do decreto Nº 13.273, situação de emergência na Hidrovia do São Francisco – mais precisamente nos trechos do rio denominados Limoeiro, Meleiro, Torrinha, Amarra Couro, Ilha do Mendonça e Fazenda Carrapicho, situados entre os Municípios de Ibotirama e Xique-Xique, por oferecerem riscos crescentes à segurança da navegação dos comboios fluviais.

Segundo o decreto, o único trecho comercialmente navegável do rio – 610 quilômetros entre as cidades de Ibotirama e Juazeiro, no qual operam três comboios fluviais com capacidade de transportar 3.500 toneladas de carga por viagem (cada um) vem apresentando dificuldades à navegação por acúmulo de bancos de areia devido à falta de manutenção dos serviços de dragagem.

No documento, o Governo da Bahia chama a atenção também para a importância da hidrovia (num total 1.371 quilômetros de extensão), quando afirma ser esta um modal altamente vantajoso, tanto do ponto de vista econômico, como ambiental, “pois um carregamento de 3.500 toneladas, transportado por um só comboio, retira das estradas cerca de 130 carretas de 27 toneladas, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de poluentes na atmosfera”.

No decreto, o governo baiano leva ainda em consideração a estiagem, cujo período crítico ocorre entre os meses de agosto e novembro, que tem provocado, neste ano, um rebaixamento ainda mais acentuado do nível do Rio São Francisco, ameaçando interromper o fluxo de mercadorias que regularmente são transportadas pela hidrovia. “Considerando também que o escoamento da safra de grãos, principal mercadoria transportada, se dá entre os meses de maio e março do ano seguinte, a navegação não pode ser interrompida neste período, sem que isto cause grandes prejuízos para a economia baiana”, alertou o decreto.

O documento cita ainda ofício oriundo da Capitania Fluvial do São Francisco, da Marinha do Brasil, encaminhado à Administração da Hidrovia do São Francisco (AHSFRA), que aponta a existência de riscos à segurança da navegação e da iminente inviabilização do tráfego aquaviário, considerando “a imperiosa necessidade da execução de serviços emergenciais de dragagem nos trechos críticos da Hidrovia do São Francisco”. (com informações/foto CLAS Comunicação)