Em 2012, mais de um milhão de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS) que hoje recebem valores acima de R$ 545 devem descer para a base do salário mínimo e outros 7,5 milhões tendem a ver o benefício encolher no ano que vem.
O empobrecimento dos inativos deixou uma parcela do Brasil de fora da propagada ascensão social. Os excluídos são aqueles que contribuíram com valores próximos ao teto máximo da Previdência Social, mas que nos últimos 20 anos amargaram uma redução em mais de 50% do benefício. Para sustentar a queda da renda, o recurso é reduzir o patrimônio, cortar sonhos, luxos e contar com a ajuda dos filhos.
Desde 1991, as aposentadorias dos brasileiros vêm encurtando. Há cerca de 15 dias, a presidente Dilma Rouseff vetou dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 que permitiria aumento acima da inflação para quem recebe mais que o mínimo. Cálculos do professor de direito previdenciário da PUCMinas Lásaro Cândido da Cunha mostram que os aposentados em 1991, com 10 salários mínimos, hoje contam com menos da metade, 4,75, ou R$ 2.589,72, quando deveriam ter um benefício de R$ 5.450. Se mantida a política de reajustes que vigora há cerca de duas décadas no país, em 10 anos o valor atual para esta classe de aposentados tende a cair ainda mais, outros 50%.
A perda de valor das aposentadorias tem tido como efeito um movimento de classes sociais para baixo. Se mantida a política de reajustes pela inflação, as aposentadorias e pensões de todos os segurados tendem a se encontrar no menor patamar.
Projeção da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) é de que pouco mais de 9 milhões de aposentados que recebem acima do mínimo sejam reduzidos para 7,5 milhões no ano que vem. Para evitar a queda livre, a proposta das entidades representativas é uma recomposição de 80% a 100% do Produto Interno Bruto (PIB), além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). (Com informações do Estado de Minas)


