Caciano, Edmar e Francivaldo foram à luta e conseguiram recursos próprios para construir posto

Um clamor antigo do Núcleo 11 do perímetro irrigado Senador Nilo Coelho está prestes a virar realidade. Depois de quatro anos, o posto de saúde está quase concluído. Até aí, seria tudo normal, não fosse por um “pequeno”detalhe: Os recursos para construir o posto não saíram dos cofres públicos, mas da própria comunidade. Cansados de esperar por uma promessa de pelo menos 25 anos, os moradores do N-11 decidiram, eles próprios, tirar sua reivindicação do papel. O primeiro passo foi formar uma comissão para angariar fundos para a construção do posto.

Composta por 13 moradores do N-11 de diversos setores, a comissão envidou esforços durante quatro anos para alcançar seu objetivo. E deu certo. Uma das iniciativas foi realizar festas beneficentes na comunidade, que aconteciam a cada dois meses. O dinheiro arrecadado servia para contratar pedreiros e serventes na obra, que tem uma área de 182 metros quadrados.

Mas não foi só isso. De porta em porta, os integrantes da comissão conseguiram doações de diversos materiais de construção junto à comunidade, entre eles cimento. Alguns políticos locais também colaboraram com a causa. Uns contribuíram em dinheiro, outros da forma como acharam melhor. “Teve um vereador que prometeu doar mil telhas para o posto, e cumpriu”, revela o vice-presidente da comissão, Caciano Coelho Souza, sem citar nomes.

Em fase de acabamento, o posto tem previsão de ser entregue no segundo semestre – até o mês de novembro. “Poderia até ser antes, se o poder público fizesse seu dever”, comenta Caciano, que esteve no Blog acompanhado do presidente e do assessor de comunicação da comissão, respectivamente Edmar Alves Barros e Francivaldo Francisco Rodrigues.

Sem um centavo de dinheiro público, o posto de saúde construído pela comunidade do N-11 é mais do que uma mera simbologia do sonho que vira realidade. Também serve como um “tapa de luvas” ao cumprir uma tarefa que caberia às administrações públicas de Petrolina. “Não deixa de ser um protesto”, admite Francivaldo.

Mas eles não parecem dispostos a criar controvérsias. O objetivo, a partir de agora, e tentar mudar uma rotina difícil no N-11, cujos moradores ainda enfrentam muitos problemas no setor. Por lá, apenas um clínico geral atende uma vez por semana a comunidade. E o posto mais próximo fica no N-10, que funciona em casa alugada. “Queremos ter a certeza de que o nosso posto de saúde irá funcionar”, afirma Edmar.

Eles já tiveram a garantia do prefeito Júlio Lóssio de que o trabalho dos moradores do N-11 não será em vão. Sobre a forma de como o posto poderia ser aproveitado e quais profissionais iriam atuar no local, a comissão é unânime em afirmar que isso fica a critério do prefeito – o qual esperam uma visita em breve ao N-11, assim como dos vereadores. Quando entrar em funcionamento, o posto poderá atender moradores de localidades próximas, a exemplo de Serrote Pelado, Vila Aparecida, Serra da Santa entre outras. Mas já avisaram que irão cobrar a promessa: “Não vamos esperar que o posto leve outros quatro anos para funcionar”, alertaram.