Seria difícil para Santanna, o Cantador, seguir outra coisa na vida senão a carreira que tão bem abraçou. Nascido em Juazeiro do Norte (CE), terra do ‘Padim Ciço’, ele é filho de uma cearense, natural do Crato, e de um pernambucano de Exu, berço do eterno Rei do Baião Luiz Gonzaga.
As raízes genuinamente nordestinas estimularam Santanna a enveredar pela música de sua região. Em 2012 ele completa 20 anos de uma carreira baseada nos mais autêntico ritmo do Nordeste – o forró – influenciado sobretudo por Gonzagão. Durante esse tempo todo canções como “Ana Maria”, Tamborete de Forró” e “Se avexe não” caíram nas graças dos aficionados pelo forró tradicional, e do qual não abre mão. No trabalho mais recente, “Forró a Dança do Dia-a dia” ( o sexto da carreira), ele mantém sua concepção musical. Numa das faixas que dá o nome do CD, tem até uma parceria com Elba Ramalho.
Ressaltando Alceu Valença, Santana diz fazer o forró de “pedigree” – tão bem propagado por Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos entre outros grandes nomes do estilo. Não deixa de ser uma crítica ao som, digamos, “mais moderninho” das bandas chamadas “estilizadas”.
Apesar de não querer polemizar, o Cantador desaprova rótulos existentes em tais grupos. Até porque, segundo ele, o elemento eletrônico não é de hoje. Já existia na mistura de baião com chorinho, que originou o forró criado por Gonzagão, quando este introduziu a guitarra no ritmo. Além disso a batida característica dessa mistura, independente da zabumba (um dos instrumentos básicos do forró), Santanna diz não ver nas bandas estilizadas.
Em tom crítico, o Cantador evoca o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900) para definir o que pensa do modismo no forró de hoje: “Nada mais perigoso do que a modernidade em demasia. Corre-se o risco de sair de moda muita rapidamente”. Colocando ainda mais molho nessa discussão, Santanna disse ser favorável à decisão do secretário de Cultura da Paraíba, Chico César, de não financiar bandas de forró estilizado para o São João de Campina Grande – um dos mais conhecidos do País.
“Graças a Deus essas bandas não precisam. E acho que está havendo uma inversão de valores muito grande. Eu ou Flávio José, se fizermos um show em algum clube, temos de colocar censura. Já essas bandas tocam em qualquer hora do dia, gerando coisas como violência, álcool, meninas se sensualizando, e o Ministério Público não está nem aí”, reflete.
Forró e internet
Voltando a defender o seu ritmo, Santanna acredita em jovens talentos que têm tudo para perpetuar as autênticas raízes do forró. Gean Mota, por exemplo, é um deles. Mas ele cita outros, a exemplo da ex-Trio Juriti, Thaís, que está em carreira solo, Cezinha e Dudu do Acordeon. Apenas para ficar nestes.
Em tempos de internet, Santanna diz não se preocupar com a música feita através da grande rede. Seu único receio é com o autor da canção, que poderá se sentir desestimulado a escrever. “Temos de chamar a tecnologia para o nosso lado, e não combatê-la”, pondera.
No mais, o músico cita um pequeno verso do poeta Geraldo Amâncio, conterrâneo seu do Cariri, para definir o que acha de todos esses adventos tecnológicos, sobretudo em relação ao forró: “O mundo se encontra bastante avançado e a ciência alcança progresso sem soma, na grande pesquisa que fez o genoma, todo o corpo humano já foi mapeado, no mapeamento foi tudo contado, 80 mil genes se pode contar, a ciência faz chover e molhar, faz plano de ovelha, faz cópia completa, duvido a ciência fazer um poeta cantando galope na beira do mar”. Grande Santanna.




O santana é o cara.
O Santana mexicano.
Sou fã de Santana….Do letimo forró.
Amoooo muito o autêntico forró, bem como a cultura Nordestina, mas precisamente a do Sertão. Sou apaixonada pelo forró pé-de-serra.
O show de Santanna nesse fim de semana no Manga Rosa (dia 07), posso dizer que foi um sonho que realizei. Nunca estive num Show dele, nunca soube de Show dele aqui em Petrolina e Região, então essa oportunidade para mim foi mais que maravilhosa. Fiquei encantada com as suas músicas e seu jeito de cantar (sempre sorrindo, como que canta com o coração). Que coisa mais contagiante! DIGNO de todos os aplausos, assovios, Uhuuus e todo o carinho que recebeu da galera que LOTOU o Manga Rosa nesse dia.
Excelente espetaculo. A critica vai para casa de show manga rosa que nao respeita a Lei de meia entrada para estudante, onde havia um cartaz informando sobre a meia entrada que grosseiramente foi retirado pelos organizadores do evento.
Atençao!!!
Parabéns Poeta!!
100% na cultura!