Um cãozinho com um grave tumor virou motivo de polêmica em Petrolina, depois que uma voluntária da ONG Proteger tentou retirar o animal, sem sucesso, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A representante da entidade queria encaminhar o cão a uma clínica veterinária parceira da Proteger, onde ele seria tratado.

A voluntária também chegou a entrar em contato com a titular da Coordenação de Bem-Estar Animal da prefeitura, Pâmela Durando, por meio do Instagram, propondo uma parceria para tentar salvar o animal. A ONG entraria com os medicamentos, enquanto o município ajudaria com o espaço e assistência durante o tratamento.

Procurada pela Blog, Pâmela explicou a situação. Segundo a coordenadora, o momento é de transição com essa nova pasta criada pelo prefeito Simão Durando, a qual está vinculada à Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA). Pâmela frisou que os desafios nessa área sempre existiram, e seu papel é “alinhar novos protocolos para uniformizar o tratamento dos animais em situação de rua, que são os mais diversos possíveis”.

Pâmela argumentou que essas mudanças não podem ser feitas de uma hora para outra, e ela já deixou isso claro a todas as entidades da causa animal na cidade. Ela citou também a questão dos pit bulls, que deveriam ir para o canil da Polícia Militar (PM). No entanto, a corporação não dispõe da estrutura adequada, o que sobrecarrega o município. Mesmo assim, garantiu a coordenadora, esses cães estão sendo mais bem tratados no CCZ do que com seus tutores, já que eles também eram vítimas de maus-tratos.

Sem politização

Segundo Pâmela, não a causa animal não pode ser politizada, como parece dar essa conotação as representantes dessas entidades. “A gente precisa continuar seguindo o protocolo, organizando e melhorando os serviços que existem e criar os que não existem. Essa é proposta que iremos fazer”, ponderou. No caso do cãozinho com tumor, Pâmela explicou ser necessário definir, dentro da lei, qual será o próximo passo: se o tratamento será público ou se será feito um resgate por alguma entidade. “Mas qual dessas pessoas se enquadra nessa situação? Porque imagine você ter um animal sob a curatela do poder público, e a partir daí alguém pega e começa a fazer essas mendicâncias na Internet fazendo pedidos 24 horas, e não se tem um tutor específico desse animal”, observou.

A coordenadora disse também que pretende intensificar sua participação nos meios de comunicação locais, com o objetivo trazer mais detalhes e educar a comunidade em relação a esse tema.