Último contrato para obras do Eixo Leste do Projeto São Francisco será assinado nesta segunda-feira na Paraíba

por Carlos Britto // 25 de agosto de 2013 às 16:26

transposição 1/Foto divulgaçãoO Ministério da Integração Nacional concluiu a última licitação das obras complementares do Eixo Leste (Meta 3L) do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O contrato e as ordens de serviços serão assinados nesta segunda-feira (26), em Monteiro, na Paraíba.

Segundo nota da assessoria, a partir dessa etapa as atividades do empreendimento que passam por Sertânia, em Pernambuco, e em Monteiro, serão intensificadas. A solenidade de assinatura acontecerá às 15h30, no Espaço Cultural Alexandre Brito, na cidade paraibana. (Foto/arquivo)

Último contrato para obras do Eixo Leste do Projeto São Francisco será assinado nesta segunda-feira na Paraíba

  1. Abelardo Dias Coelho disse:

    Só para refrescar a memória de algumas pessoas…..

    O pior analfabeto é o analfabeto midiático e o O analfabeto político.

    O analfabeto midiático

    Por Celso Vicenzi

    “Ele imagina que tudo pode ser compreendido sem o mínimo esforço intelectual”. Reflexões em torno de poema de Brecht, no século 21
    Celso Vicenzi

    Leia, ao final do texto, O Analfabeto Político, de Bertolt Brecht

    Ele ouve e assimila sem questionar, fala e repete o que ouviu, não participa dos acontecimentos políticos, aliás, abomina a política, mas usa as redes sociais com ganas e ânsias de quem veio para justiçar o mundo.

    Prega ideias preconceituosas e discriminatórias, e interpreta os fatos com a ingenuidade de quem não sabe quem o manipula. Nas passeatas e na internet, pede liberdade de expressão, mas censura e ataca quem defende bandeiras políticas.

    Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. E que elas – na era da informação instantânea de massa – são muito influenciadas pela manipulação midiática dos fatos.

    Não vê a pressão de jornalistas e colunistas na mídia impressa, em emissoras de rádio e tevê – que também estão presentes na internet – a anunciar catástrofes diárias na contramão do que apontam as estatísticas mais confiáveis.

    Avanços significativos são desprezados e pequenos deslizes são tratados como se fossem enormes escândalos. O objetivo é desestabilizar e impedir que políticas públicas de sucesso possam ameaçar os lucros da iniciativa privada.

    O mesmo tratamento não se aplica a determinados partidos políticos e a corruptos que ajudam a manter a enorme desigualdade social no país.

    Questões iguais ou semelhantes são tratadas de forma distinta pela mídia. Aula prática: prestar atenção como a mídia conduz o noticiário sobre o escabroso caso que veio à tona com as informações da alemã Siemens.

    Não houve nenhuma indignação dos principais colunistas, nenhum editorial contundente. A principal emissora de TV do país calou-se por duas semanas após matéria de capa da revista IstoÉ denunciando o esquema de superfaturar trens e metrôs em 30%.

    O analfabeto midiático é tão burro que se orgulha e estufa o peito para dizer que viu/ouviu a informação no Jornal Nacional e leu na Veja, por exemplo. Ele não entende como é produzida cada notícia: como se escolhem as pautas e as fontes, sabendo antecipadamente como cada uma delas vai se pronunciar.

    Não desconfia que, em muitas tevês, revistas e jornais, a notícia já sai quase pronta da redação, bastando ouvir as pessoas que vão confirmar o que o jornalista, o editor e, principalmente, o “dono da voz” (obrigado, Chico Buarque!) quer como a verdade dos fatos. Para isso as notícias se apoiam, às vezes, em fotos e imagens.

    Dizem que “uma foto vale mais que mil palavras”. Não é tão simples (Millôr, ironicamente, contra argumentou: “então diga isto com uma imagem”). Fotos e imagens também são construções, a partir de um determinado olhar.

    Também as imagens podem ser manipuladas e editadas “ao gosto do freguês”. Há uma infinidade de exemplos. Usaram-se imagens para provar que o Iraque possuía depósitos de armas químicas que nunca foram encontrados.

    A irresponsabilidade e a falta de independência da mídia norte-americana ajudaram a convencer a opinião pública, e mais uma guerra com milhares de inocentes mortos foi deflagrada.

    O analfabeto midiático não percebe que o enfoque pode ser uma escolha construída para chegar a conclusões que seriam diferentes se outras fontes fossem contatadas ou os jornalistas narrassem os fatos de outro ponto de vista.

    O analfabeto midiático imagina que tudo pode ser compreendido sem o mínimo de esforço intelectual. Não se apoia na filosofia, na sociologia, na história, na antropologia, nas ciências política e econômica – para não estender demais os campos do conhecimento – para compreender minimamente a complexidade dos fatos. Sua mente não absorve tanta informação e ele prefere acreditar em “especialistas” e veículos de comunicação comprometidos com interesses de poderosos grupos políticos e econômicos.

    Lê pouquíssimo, geralmente “best-sellers” e livros de autoajuda. Tem certeza de que o que lê, ouve e vê é o suficiente, e corresponde à realidade. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o espoliador das empresas nacionais e multinacionais.”

    O analfabeto midiático gosta de criticar os políticos corruptos e não entende que eles são uma extensão do capital, tão necessários para aumentar fortunas e concentrar a renda. Por isso recebem todo o apoio financeiro para serem eleitos.

    E, depois, contribuem para drenar o dinheiro do Estado para uma parcela da iniciativa privada e para os bolsos de uma elite que se especializou em roubar o dinheiro público. Assim, por vias tortas, só sabe enxergar o político corrupto sem nunca identificar o empresário corruptor, o detentor do grande capital, que aprisiona os governos, com a enorme contribuição da mídia, para adotar políticas que privilegiam os mais ricos e mantenham à margem as populações mais pobres.

    Em resumo: destroem a democracia.

    Para o analfabeto midiático, Brecht teria, ainda, uma última observação a fazer: Nada é impossível de mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

    O analfabeto político

    O pior analfabeto, é o analfabeto político.
    Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos.
    Ele não sabe que o custo de vida,
    O preço do feijão, do peixe, da farinha
    Do aluguel, do sapato e do remédio
    Depende das decisões políticas.
    O analfabeto político é tão burro que
    Se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
    Não sabe o imbecil,
    Que da sua ignorância nasce a prostituta,
    O menor abandonado,
    O assaltante e o pior de todos os bandidos
    Que é o político vigarista, Pilantra, o corrupto e o espoliador Das empresas nacionais e multinacionais.
    Bertold Brecht

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