Terreiro de candomblé de Juazeiro volta a ser atacado

por Carlos Britto // 27 de agosto de 2018 às 11:30

(Foto: Ilustração)

A sede do terreiro Ilê Abasy de OiáGnã, fundado há mais de 40 anos no Bairro Kidé, em Juazeiro (BA), voltou a ser atacada no domingo (26). O espaço foi apedrejado três vezes, somente ontem, levando a líder yalorixá Adelaide Santos, de 66 anos – que tem pressão alta -, a ser retirada do local por seus filhos. Desde o ano de 2015 o terreiro vem sofrendo sucessivos ataques.

Após o ataque de ontem, o caso foi denunciado ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, em Brasília, e hoje (27) representantes do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade (Compir) e a Rede Sertão do São Francisco de Combate ao Racismo Institucional irão tomar novas medidas, como retornar ao Ministério Público Estadual (MPBA), às Polícias Civil e Militar e acionar as Secretarias Estaduais de Promoção da Igualdade Social (Sepromi) e da Segurança Pública (SSP-BA). Também pretende ver meios legais de formular a denúncia em âmbito internacional.

Em outros ataques dos vândalos, as paredes do terreiro foram danificadas com pedras e marcadas com cruzes. Quadros e fotografias foram destruídos. Em 14 de junho deste ano o Compir, que têm atuado ao lado da religiosa, realizou uma vigília no local. Nem mesmo a presença de pessoas não ligadas ao terreiro no local inibiu as ações.

Outros terreiros

Vale destacar que esse não é o único terreiro de Juazeiro que vem sofrendo ataques. No último mês de junho, por exemplo, o Terreiro Abaça Caiango Macuajô, ainda em construção no Bairro Sol Levante, foi novamente alvo de intolerância religiosa. Segundo o babalorixá Emerson Oliveira da Silva Maia, de 35 anos, vários objetos sagrados foram destruídos. Nessa última investida, a ação foi ainda pior. Num pedaço de madeira, os invasores deixaram uma frase ameaçadora, escrito a lápis: “da próxima vez, vamos derrubar sua casa“. O fato também foi denunciado à polícia e outros órgãos.

Terreiro de candomblé de Juazeiro volta a ser atacado

  1. Caroline Urpia disse:

    Só o que faltava. Logo na terra do Axé? Isso tem de ser reprimido urgente!

  2. Yagomenezes2016@hotmail.com disse:

    Vdd, nos precisamos de uma solução urgente isso que eles fizeram e um ator muito grave, não é do porque servimos aos nossos orixas que somos diferentes. Orixa é caminho, Orixa é vida, Orixa é orientação.

  3. Ludmara Otília disse:

    Sem palavras, muito triste eu sou do Axé, há muitos anos, não escondo meu fio de conta,meu contra Egum,meu oja,enfim, Deus estar presente em todas as religiões,o nome disso é, falta de assunto é falta de conhecimento religioso.
    Na hora, que nós,da raíz africana, se unir e começar a revidar tudo isso para….
    Estar entregue a Exú, que ele cobre de cada um, que fez isso…. Laroê Exú!

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