Sob polêmica, vereadores aprovam concessão de imóveis e criação de companhia municipal de água e esgoto

por Carlos Britto // 30 de abril de 2025 às 19:18

Foto: Nilzete Brito/Ascom CMP

A polêmica deu o tom, mais uma vez, na votação de três projetos de lei enviados pelo prefeito de Petrolina, Simão Durando, à Câmara Municipal de Vereadores na sessão plenária de ontem (29). Dois deles – nº 20 e nº 21/2025 – estavam relacionados à autorização da Casa Plínio Amorim para uso gratuito de imóveis pertencentes ao município à Fundação Nilo Coelho.

O projeto nº 20 destina, em regime de concessão de 30 anos, um imóvel abandonado na Rua Aristarco Lopes, onde deverá funcionar uma escola de música administrada pela Fundação. Para o oposicionista Dhiego Serra, outros espaços na periferia também poderiam ter esta finalidade, contemplando os cidadãos dessas comunidades a aprenderem a tocar algum instrumento. Integrante do governo, Ronaldo Cancão (Republicanos) argumentou que esse espaço, onde funcionava a antiga biblioteca de Petrolina, foi abandonado ainda na gestão do então prefeito Julio Lossio, que pretendia vendê-lo, mas ele (Cancão) conseguiu evitar isso na justiça. O vereador lembrou ainda que toda a manutenção do imóvel ficará a cargo da instituição.

Já na outra matéria, nº 21/2025, que entregará à Fundação o espaço onde funcionava o banheiro público, na Orla I, o líder da oposição, Professor Gilmar Santos (PT), chegou a sugerir que a prefeitura se mostrou “incompetente” em não ter conseguido administrar o local – ao contrário do prefeito do Recife, João Campos, que segundo Gilmar entregou 21 novos banheiros públicos na orla de Boa Viagem. Cancão também refutou ao justificar que até o comando do Exército pediu o fechamento do banheiro. Em seu lugar, deverá funcionar um espaço de artesanato.

Mesmo sob protestos, os dois projetos foram aprovados  por 17 a favor e três contra, em primeira e segunda votação. Uma emenda aditiva a cada um dos projetos também passou por 17×3. Os votos contrários foram justamente do Professor Gilmar, de Dhiego Serra e de Ronaldo Silva (PSDB).

Empresa de água e saneamento

O barulho foi ainda maior em relação ao projeto 22/2025, referente a criação de uma sociedade de economia mista, denominada Companhia de Saneamento e Águas do Sertão (SAAS). Enquanto o líder oposicionista criticou o fato de a empresa, responsável pela gestão da bacia do Dom Avelar, existir apenas no papel, Cancão justificou que o projeto já existe desde 2021. Segundo o governista, o fato de o capital financeiro da SAAS ter saltado de R$ 1 milhão para R$ 6 milhões deveu-se ao processo de licitação capaz de assegurar o serviço de água e esgoto durante o período de 30 anos. “Ninguém aguenta mais a Compesa”, desabafou. O projeto também foi aprovado, em duas votações, por 17 a favor e três contra.

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