Renomado advogado criminalista, Boris Trindade morre no Recife aos 85 anos de Covid-19; autoridades lamentam perda

por Carlos Britto // 06 de junho de 2021 às 08:32

Foto: Jorge Gregório/divulgação

Morreu neste sábado (5), vítima da Covid-19, o advogado Boris Trindade. Considerado um dos maiores criminalistas e tribunos do Júri, ele estava internado no Hospital Santa Joana, no Recife, e faleceu no fim da tarde aos 85 anos de idade. O enterro será neste domingo (6), às 10h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.

Em nota, a OAB Pernambuco lamentou a morte do jurista. “A OAB Pernambuco está de luto. Faleceu neste sábado (5/6) o advogado Boris Trindade, uma referência para a advocacia pernambucana, principalmente aos que militam na área criminal”, diz o texto.

Presidente da OAB-PE, Bruno Baptista destacou o legado deixado pelo advogado. “Uma imensa perda para a advocacia pernambucana. Boris Trindade foi um dos maiores criminalistas de todos os tempos, talento inexcedível no tribunal do júri e defensor de presos políticos na época da ditadura. Aliava o profundo conhecimento jurídico com o raciocínio rápido e a retórica empolgante. Vai-se o homem e fica a lenda“, disse.

O governador Paulo Câmara, lamentou a perda. “O mundo jurídico pernambucano perdeu hoje um de seus maiores expoentes. O advogado Boris Trindade iniciou sua trajetória defendendo presos políticos durante a ditadura e se consolidou como um dos maiores criminalistas pernambucanos. Meus sentimentos aos parentes e amigos“, afirmou.

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Eriberto Medeiros (PP), também solidarizou-se com os familiares e amigos de Lacerda. “Recebi com tristeza a notícia do falecimento do amigo Boris Trindade, advogado respeitado e reconhecido na área criminal em Pernambuco. Manifestamos nossos sentimentos a toda a advocacia pernambucana que perde, hoje, uma referência profissional e humana. Que Deus possa confortar seus familiares e amigos“, disse.

O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, que é advogado por formação acadêmica, foi mais uma autoridade a manifestar seu sentimento. “Pernambuco perde mais uma vida inestimável para a guerra diária que atravessamos nessa pandemia. O renomado advogado Boris Trindade nos deixou neste sábado. Homem de história limpa e atuação marcante no direito penal, Boris foi uma inspiração para todos nós advogados e também de uma forma abrangente aos pernambucanos como pessoa íntegra de grandes serviços prestados. Manifesto aqui meus sentimentos por essa perda, especialmente, aos familiares e amigos”, afirmou.

O advogado Bruno Lacerda lembrou a importância de Trindade para a advocacia criminal e a amizade entre o jurista e seu pai, já falecido, Braulio Lacerda, também advogado. “Boris sempre foi uma referência na advocacia criminal pernambucana. Acho que a expressão que mais se adequa ao que ele representava não apenas para meu pai [Braulio Lacerda], mas como a geração dele na década de 60 é ser uma referência e um dos maiores tribunos que este país já conheceu. Então, Boris era um orador brilhante, um temperamento irreverente, mas dotado de uma certa genialidade. Ele é, seguramente, único, não vai existir mais ninguém com essas características, pertence somente a ele”.

Filhos

Filho de Boris, o ator Aramis Trindade lamentou a perda nas redes sociais: “Meu pai, Bóris Trindade, muito obrigado pelo amor, ensinamentos e por me introduzir no mundo da arte. Siga em paz“, escreveu.

Também filho do jurista, o advogado Eduardo Trindade recordou o orgulho e a vocação do pai quanto à profissão. “Boris trindade, advogado. Era assim que meu pai, Boris Trindade, costumava se intitular: advogado, ponto. Quando o convidavam para uma palestra e pediam o currículo dele, ele mandava assim: Boris Trindade, advogado. E quando insistiam pedindo os títulos, medalhas e quejandos, ele dizia com muito orgulho: sou só advogado!”, contou. (Com informações da Folha de PE)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários

  1. Tem que desapropriar o imóvel onde ficava a casa da criança, atrás do regente, para fazer um terminal de ônibus.