O médico que realizou o aborto na menina de 9 anos que estava grávida de gêmeos é católico praticante. Pela segunda vez, por razões profissionais, Rivaldo Albuquerque (foto) entra em choque com a Igreja. Quando participou da criação, no Recife, de um serviço de atenção às mulheres violentadas, que faz o aborto nos casos previstos por lei, ele foi excomungado pela primeira vez.
Mesmo assim, o médico diz que não vai deixar de ir à missa. “A minha tristeza se dá porque a Igreja poderia levar para um outro lado, o lado da fraternidade, mas leva para o lado do conflito, O povo quer uma igreja de perdão, amor e misericórdia, não essa igreja”, afirma o obstetra.
O caso causou comoção e revolta no Recife e pelo mundo. A menina estava com quatro meses de gravidez. A gestação de gêmeos foi interrompida na última quarta (4) e ela recebeu alta nesta manhã.
A repercussão foi ainda maior pela reação da Igreja ao aborto. Entretanto, para o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, o padrasto Jaílson José da Silva, que violentava a menina, não pode ser excomungado.
“Ele cometeu um crime enorme, mas não está incluído na excomunhão. Porque existem tantos pecados graves… Esse padastro, primeiro responsável, que estuprou a menina, é claro que cometeu um pecado gravíssimo; agora mais grave do que isso, sabe o que é? É o aborto, é eliminar uma vida inocente”, defende o religioso.
Olha Dr. o senhor fez a coisa certa, em salvar a vida dessa criança.
sobre a igreja, as leis do vaticano é muito arcaica. Deus á de le da a comunhão.
A forma que foi concebida essa gravidez foi terrível, o padastro deveria ser julgado e condenado à pena prevista e justa para um ato como este. Mas isso nao justifica assassinar duas vidas que já estavam formadas, e teria uma futuro pela frente. Isso sim é um erro da nossa parte.
Na Biblia no livro de Salmos capitulo 139, diz claramente que Deus já nos conhece desde o ventre da nossa mãe, e que tem planos pra nós mesmo no ventre, ou seja, já é um vida com formação definida por Deus o autor da vida, isso ninguem quer levar em conta, mas isso é o que se tem que levar em conta. Aborto é assassinato, talvez você leitor não tenha idéia do sofrimente de um bebê ao ser tirado do ventre de sua mãe para ser morto, acesse o youtube e procure por videos de aborto, você ficará chocado. Se todos lessem a Biblia saberia agir melhor nesse mundo, pois teriam uma direção, dou um conselho a todos, LEIAM A BIBLIA, sigam a Biblia, sem ela tudo será muito mais dificil. abraço a todos.
Apesar de ser um leigo da vida, vejo as coisas com simplicidade. A igreja, os gestores públicos, a sociedade, não conseguem cuidar das crianças que estão largadas por aí; roubando, prostituindo, matando inocentes, pais de família etc, sem educação, sem saúde, sem um lar. Mas travam uma queda de braço em torno de um fato que é caso de policia. Vamos formar cidadãos de bem, as crianças já concebidas!
Concordo com o Joel em seu comentário. E um dos Dogmas da Igreja Católica é a defesa da vida em qualquer circunstância. Não dá pra ser Católico e à favor do aborto, da miséria, da exploração sexual, da corrupção em todos os níveis, e tantos outros sinais de morte na sociedade moderna. Se não concordo com os princípios da religião que digo seguir, procuro outra. Alias, é o que muita gente faz, buscando religiões ou igrejas que se adaptem ao “seu” modo de vida ou objetivo de conquista muitas vezes materiais.
O caso coloca em discussão dois problemas valiosos que se resumem em um: A vida humana, a da criança e a que está em seu ventre. É bom termos o parecer sereno, objetivo da medicina. Vejamos o que escreveu a Dra. Elisabeth sobre o caso:
Considerações e Notas que esclarecem posições e embasam reflexões:
1. Parecer de uma médica ginecologista obstetra.
2. Considerações de reconhecido membro do Judiciário.
(1) Médica Ginecologista Obstetra dá seu parecer sobre aborto ocorrido em Recife:
“Meus amigos,
– Todo o fato é terrível – não é isso que se está discutindo – porém acho importante fazermos algumas reflexões pois o aborto não era a única nem a melhor solução:
a) Devem ter usado Cytotec (?) – que tem protocolo muito claro para tratamento de úlceras gástricas – não há experiência suficiente de seu uso em meninas de 9 anos grávidas (mesmo que tenham usado outra droga – sempre se está atirando meio no escuro pois é de se convir que é raro uma gravidez gemelar aos 9 anos) – portanto houve risco na indução do aborto;
b) A menina não corria risco de vida agora – não havia esta pressa nem indicação de intervenção no momento para salvar a sua vida;
c) De onde vem a estatística que ela corria o risco de 90% de morte ou de qualquer outra %? Estatística deve ser registrada em trabalho médico de pesquisa e com amostragem significativa para ter valor;
d) Haveria possibilidade que tivesse parto prematuro ou até aborto – mas, quando espontâneo, o processo é mais simples e de menor risco;
e) Se levasse a gravidez pelo menos até 22 semanas, teríamos 15 a 20% de chance de sobrevivência para os gêmeos (mesmo que fosse 10% de chance – estaríamos tentando salvar as crianças sem aumento de risco para a mãezinha);
f) psicologicamente, esta menina foi usada como um trapo pelo homem, destruída como pessoa, percebendo-se marcada inconscientemente como algo sem valor – e por 3 longos anos. Ao experimentar a destruição dos filhos como lixo, o inconsciente registra – “viu, sou lixo e de mim só pode sair lixo”. Sabe-se lá como se fará para recuperar todo esse novelo em sua cabecinha. Por outro lado, imagine-se: ela sentindo-se rodeada por atenção, amor, cuidado e experimentado a valorização das crianças que trazia dentro de si – mesmo que a análise racional não fosse predominante – poderia estar começando aí o seu resgate como pessoa integral;
g) sei de meninas que deram a luz com 10 anos e continuam muito bem após anos e anos;
h) Não sei de ninguém que morreu por causa da idade precoce com que engravidou, se recebeu acompanhamento adequado. Vou pesquisar mais e comunico a vocês se houver algum trabalho nesse sentido”.
Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira
Vejamos o que pensa sobre o Aborto o Dr. Cláudio Fonteles
Ex-Procurador Geral da República
A discussão sobre o aborto assume grande relevo porque necessariamente diz com o tipo de sociedade em que almejamos viver: a sociedade amorosa, fraterna, solidária ou a sociedade do egoísmo, do abandono, da violência. E, porque a discussão é assim posta, assim devendo ser, efetivamente, o Estado, como a sociedade politicamente organizada, tem que enfrentar a questão e não, cinicamente, reduzi-la à esfera de opção individual.
A mulher e o embrião, ou o feto, se já alcançado estágio posterior na gestação, que está em seu ventre, são as grandes vítimas do cinismo estatal.
A mulher porque ou por todos abandonada – seu homem, sua família, seus amigos – ou porque, e o que é pior por assim caracterizar um estado de coisas, teme venha a ser abandonada pelo homem, pela família, pelos amigos.
A mulher porque incentivada, e estimulada, pela propaganda oficial e privada a desfazer-se da vida, presente em seu ser, como se a vida fosse um estorvo, um empecilho, um obstáculo que deve ser eliminado em nome, hipocritamente do direito à liberdade de escolha.
Não há liberdade de escolha quando a escolha é matar o indefeso.
O embrião, ou o feto, porque vida em gestação, mas, repito, vida-presente não se lhes permite a interação amorosa, já plenamente, ainda que no espaço intra-uterino, com sua mãe, e com os demais, caso esses não adotem a covarde conduta do abandono da mulher.
O Estado brasileiro consolidou em seu ordenamento jurídico “mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher”, editando a lei nº. 11.340/06, conhecida como a lei “Maria da Penha”.
Vamos ler alguns artigos dessa importante lei:
– “Poderá o Juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento (art. 23, I);
– Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário: fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas (art. 26, II);
– A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas competências: centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar; casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica e familiar; programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar (art. 35, I, II e IV)”
Ora, se assim o é, justamente para que a integridade física da mulher seja protegida, por que, cinicamente, o Estado brasileiro detém-se aqui e, em relação à mulher, que está grávida, que acolhe em si a vida, estimula-a a matar, também a abandonando?
Por que o Estado brasileiro, repito cínico, pela omissão e pela frouxa, errônea e irresponsável justificativa de inserir-se o tema na órbita privada, não tira, como tirou o tema da violência doméstica, portanto também privada, dessa estrita órbita e à mulher gestante não lhe oferece todos os mecanismos oferecidos à mulher fisicamente agredida, para que, assim claramente amparada a mulher, em ambas as situações tenha o direito de viver e fazer viver a vida que consigo traz?
Aguarda-se o governante municipal, estadual e federal que tenha coragem de defender a vida-mulher e a vida-embrião, ou a vida-feto, que a Primeira acolhe em seu ventre.