PSB de Pernambuco vive momentos de pressão

por Carlos Britto // 27 de agosto de 2015 às 20:29

Paulo Camara2A aproximação do fim do prazo para mudança de partido estabelecido pela legislação eleitoral vem provocando reações na base do governador Paulo Câmara (PSB/foto). Preocupados com a viabilização dos seus projetos políticos, aliados do socialista se movimentam e começam a pressionar o chefe o Executivo. Com a ampliação da Frente Popular, os desafios de manter a unidade em municípios que abrigam mais de um aliado começam a testar a capacidade de articulação política do administrador estadual, considerado o principal condutor do projeto governista nas eleições de 2016.

O ex-governador João Lyra Neto (PSB) é uma das lideranças que se articula para ter a garantia de apoio do PSB à candidatura da sua filha em Caruaru, a deputada estadual Raquel Lyra (PSB). Lyra Neto chegou a ter uma conversa com Paulo Câmara para tratar a viabilização do seu projeto eleitoral, mas o chefe do Executivo pediu um prazo maior para conversar com outros partidos. Na reunião, o ex-governador deixou claro que sua permanência na sigla dependeria da definição do cenário em Caruaru.

Nesta semana, um convite de lideranças estaduais do PSDB para abrigar o grupo de Lyra esquentou o debate. “João Lyra me colocou que a primeira opção dele era o PSB e que, se ele não se viabilizasse dentro da legenda, a segunda opção seria o PSDB“, confirmou o presidente estadual tucano, Antônio Moraes. Lyra Neto já comunicou o convite ao presidente estadual do PSB, Sileno Guedes.

A possibilidade do grupo do ex-governador ser abrigado no PSDB, contudo, provocou reações do diretório municipal da sigla. Em nota, divulgada ontem (26), os tucanos de Caruaru criticaram o ex-governador ao afirmar que ele representa “o inverso do que o PSDB de Caruaru defende e acredita”. Além de Lyra Neto, o PSB abriga o vice-prefeito do município, Jorge Gomes, e sua esposa, a ex-deputada Laura Gomes. Para evitar manobras, os Lyra pleiteiam o comando do diretório municipal da sigla para ter o controle do processo. “Estou apostando que essa construção vá existir. Se não existir discutiremos outras possibilidades e o PSDB é uma possibilidade real”, afirmou Raquel Lyra.

Ofensiva

Ainda nesta semana, o advogado Antônio Campos também foi outra liderança que promoveu articulações a fim de consolidar seu projeto majoritário, em Olinda. Ele se reuniu com lideranças de outras siglas, a exemplo do presidente estadual do PV, Carlos Augusto Costa o que atiçou rumores de que o irmão do ex-governador Eduardo Campos iria deixar a legenda caso sua candidatura não fosse confirmada. Um encontro de Campos com Paulo Câmara, nos últimos dias, teria amenizado a turbulência na legenda e “Tonca” permanece como pré-candidato socialista no município. O entendimento no PSB é o de não provocar disputa com uma liderança da família Campos Arraes.

A divisão da Frente Popular se reflete em outros municípios. Em Petrolina, o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) teve um embate com a ala do deputado estadual Lucas Ramos (PSB). As duas famílias alimentam projetos eleitorais na cidade. Em julho, o deputado estadual Miguel Coelho (PSB) garantiu o comando do diretório municipal, o que lhe deu vantagem na disputa interna.

A ofensiva das lideranças provocou incômodo dentro do PSB. A avaliação é que tornar pública a disputa interna acaba piorando a situação da sigla. “Há uma ansiedade e pressão natural de quem não sente que seu projeto está assegurado, mas esse é um debate que deve ser feito dentro de casa e não pelos jornais. Colocar essa discussão em público e tentar emparedar o partido é ruim“, afirmou uma fonte socialista em reserva. Sileno Guedes foi procurado mas não retornou às ligações da reportagem. (fonte: Folha de PE)

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