Ministro da Defesa minimiza declarações de general do Exército sobre suposto “uso da força” no Caso Lula

por Carlos Britto // 04 de abril de 2018 às 12:31

Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, afirmou ao jornal “O Globo” que os comentários do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, publicados nesta terça-feira (3) no Twitter foram no sentido contrário ao uso da força e que a população “pode ficar tranquila” em relação ao teor do que foi dito.

Sem citar o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para esta quarta-feira (4) no Supremo Tribunal Federal (STF), o comandante do Exército fez comentários em “repúdio à impunidade“.

Em duas mensagens consecutivas publicadas no Twitter, o general indaga se há quem pense “no bem do país“.

Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais“, disse na primeira mensagem.

Logo depois, em novo post, questionou: “O Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais. Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”.

O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, também afirmou ao jornal “O Globo” que o general Villas Boas tem mostrado coerência, que é uma marca de sua gestão.

Ele tem preocupação com preceitos constitucionais. E valoriza nossas bases, que são os anseios do povo, o legado em termos de valores para as gerações futuras. A mensagem é que a população pode ficar tranquila, pois as instituições estão aqui. Não é uma mensagem de uso da força. É o contrário“, afirmou o ministro.

Reações

Houve reações à fala de Villas Boas. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que o respeito à Constituição implica na “garantia da presunção da inocência“.

Assim como afirma o general Villas Boas, nós do PT defendemos o combate à impunidade e o respeito à Constituição, inclusive no que diz respeito ao papel das Forças Armadas. E o respeito à Constituição implica na garantia da presunção de inocência“, disse Gleisi em publicação no Twitter.

Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, também comentou as publicações do general Villas Boas. “Isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente“, disse Janot.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que não cabe ao comandante do Exército interpretar a Constituição e nem dizer o que é impunidade.

No Estado de Direito, cada um tem o seu papel institucional: ao comandante do Exército não cabe interpretar a Constituição nem dizer o que é impunidade. Para isso existem os 3 Poderes, especialmente o Supremo Tribunal Federal“, publicou Flávio Dino no Twitter.

O juiz Marcelo Bretas, responsável pelo julgamento dos casos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, disse que compartilha do “repúdio à impunidade” e do “respeito à Constituição”, mas que não se pronuncia sobre insinuações. Já o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que condenou Lula à pena de 12 anos e um mês de prisão em regime fechado, publicou no Twitter para explicar que não se manifestou sobre o post do general. (Fonte: G1 Brasília)

Ministro da Defesa minimiza declarações de general do Exército sobre suposto “uso da força” no Caso Lula

  1. Sempre Atento disse:

    Bando de generais medrosos,deveria tomar logo este país e pronto,agora ficam dando satisfação a políticos ladrões e judiciário fraco.

  2. Defensor da Liberdade disse:

    O problema do estado é justamente esse, há vários estados paralelos dentro dele: O executivo, o judiciário, o legislativo, os lobistas, os sindicatos e funcionários públicos e as forças armadas. E o povo a mercê dessa gangue.

  3. Sincero disse:

    Quem deveria intervir era nós, o povo! Mas ao invés disso, preferimos ficar na zona de conforto pedindo intervenção militar sem se importar com a história (no caso para quem REALMENTE estudou).

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