Massacre de Milagres: Família de Serra Talhada fecha loja e lamenta silêncio do estado do Ceará

por Carlos Britto // 13 de março de 2019 às 19:02

(Foto: Reprodução)

Completa esta semana, e sem qualquer atenção às famílias, três meses do trágico ‘Massacre de Milagres’, quando uma família serra-talhadense e demais parentes foram feitos reféns e alvos de tiros numa troca de fogo com a Polícia Militar do Ceará. Eles foram usados como ‘escudo-humano’ pelos bandidos. O fato ainda mais triste é que, durante todo esse tempo, o governo cearense não prestou qualquer apoio às famílias das vítimas.

Em entrevista à imprensa local, nesta quarta-feira (13), o advogado Estefferson Nogueira, que atende a família do empresário João Batista, morto ao lado do filho adolescente durante o tiroteio na cidade de Milagres (CE), lamentou o silêncio do estado do Ceará e revelou que a loja de informática da família, na Avenida Enock Ignácio, foi obrigada a fechar as portas, afetando a sobrevivência da viúva e do filho pequeno de João Batista.

Dizer também da omissão do Estado do Ceará na assistência tanto moral, como financeira à família de João Batista. Todos sabem que ele era comerciante, e tinha uma loja de informática aqui em Serra Talhada, e essa loja fechou exatamente pela ausência dele, porque não teve pessoas para cuidar da loja e prosseguir com suas atividades. Então a família, além do abalo psicológico e moral, pela perda dos entes queridos, tem também esse abalo gigante, que foi o financeiro”, afirmou Nogueira.

É bem verdade que o governo do Ceará sequer manteve contato com a família para saber as necessidades, né? A gente tem uma viúva que só se dedicava ao lar e que dependia do seu garantidor, que era o João Batista, e tem um filho menor que ficou. E dos parentes do João Batista, tem uma filha que já completou a maioridade recentemente, e que ficou sem os pais, sem o irmão e está totalmente desacolhida. Isso é que não pode se aceitar”, complementou.

Inquérito

Passados três meses dos assassinatos brutais dos cinco inocentes, curiosamente a Polícia Civil do Ceará (PCCE) ainda não fechou o inquérito do caso. Houve, ainda, um pedido de ampliação do prazo para a entrega. Nogueira acredita que o fato tenha se dado devido à onda de violência que cobriu o Estado recentemente.

Ele afirma que aguarda o fim do inquérito com a esperança que o governo do Ceará ressarça as perdas materiais da família, porque a dor psicológica pelo abalo das perdas são devastadoras e irreparáveis. (Fonte: Farol de Notícias)

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