Juazeiro: Delegada afirma que caso envolvendo convocação de ataque a escolas é mais sério do que se imagina

por Carlos Britto // 19 de março de 2019 às 12:33

Delegada Lígia Nunes. (Foto: Gabriel Siqueira/Blog do Carlos Britto)

A delegada Lígia Nunes, titular da 17ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), responsável pelas investigações do caso envolvendo jovens que convocaram ataque a duas escolas, sendo uma em Juazeiro e outra em Petrolina (PE), concedeu entrevista a este Blog, hoje (19), e falou sobre a ação da Polícia Civil (PC) realizada na segunda-feira (18).

Como já foi mostrado, o principal suspeito de iniciar os diálogos num grupo de WhatsApp intitulado ‘El Diablo’ foi ouvido ontem na delegacia. Ele tem 19 anos, é ex-aluno do Colégio Modelo e filho de um guarda municipal da cidade. O jovem e seu pai também são suspeitos de agredir fisicamente um adolescente de 15 anos, na noite de domingo (17), após o vazamento dos diálogos nas redes sociais.

Lígia Nunes explicou os motivos da agressão ao menor e falou das ameaças no grupo. “Foi constatado que houve ameaças. Ele ameaçou os colegas, houve incitação aos demais componentes do grupo para que o acompanhassem nessa empreitada e houve agressão física real ao adolescente colega dele, que foi tentar impedi-lo de fazer esse mal, assim como houve ameaça de morte dele e do pai contra esse menino”, afirmou.

A delegada disse que foi ao Colégio Modelo para falar com os professores, funcionários e alunos, quando se deparou com o adolescente que havia sido agredido. “Quando eu estava na escola e vi o adolescente lesionado, eu me preocupei mais ainda, porque ele [o suspeito de incitar o ataque] demonstrou agressividade real, quando ele agrediu o colega, e logo numa região vital, que é o pescoço”, reforçou.

Segundo Lígia Nunes, o jovem que incitou a ação criminosa pode ser responsabilizado criminalmente. Agora, a PC vai identificar os demais participantes do grupo, que reúne jovens de Juazeiro e Petrolina. Para a delegada, o caso é mais sério do que se imagina. “Vamos tentar identificar os demais componentes do grupo, para que sejam ouvidos. Estamos dando atenção com seriedade ao caso, pois causou grande preocupação para as famílias, escolas e alunos. Causou pânico. Existe um grupo chamado ‘El Diablo’, que concentra jovens de Juazeiro e Petrolina. Inclusive, as vestes que ele tirou fotos e postou nesse grupo são bem parecidas com os rapazes que provocaram o atentado em Suzano (SP).”

Arrependimento

Questionada sobre o depoimento do rapaz, a delegada disse que ele demonstra arrependimento, mas acredita que ele é, de fato, violento. “Ele demonstra arrependimento, disse que não tinha essa intenção. Mas a agressividade dele para com o colega e as palavras dele de violência e apoiando o que aconteceu em Suzano, para mim deixa claro que ele é violento”.

A delegada ainda faz uma ressalva aos pais. “Esse problema existe em todos os locais. Nós, enquanto pais e pessoas públicas, precisamos ser vigilantes. Os pais precisam ficar mais atentos aos seus filhos. Muitas vezes no silêncio que eles ficam no quarto, até pode confortar os pais, mas não está tudo bem. Se preocupem, olhem o que seus filhos estão fazendo, analisem o silêncio deles”, recomenda Lígia Nunes.

Apreensões

Na casa do jovem a PC apreendeu computadores, jogos, aparelhos celulares e uma máscara preta. Foram instaurados Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) de lesão corporal e ameaça; de apologia ao crime e ameaça; além de intimações de outros jovens que participaram da conversa na rede social. Os aparelhos eletrônicos apreendidos vão ser periciados.

Juazeiro: Delegada afirma que caso envolvendo convocação de ataque a escolas é mais sério do que se imagina

  1. Carlos Henrique disse:

    Qual a diferença dessa família para a outra que matou a professora mês passado???

    Vejam o que esses país estão fazendo com seus filhos, como que um pai desses vai vigiar o filho?

  2. Mariana disse:

    Neste momentos de tanta barbárie isto é uma ameaça real sim. Muitas escolas de Petrolina estão sem vigilantes, pois a empresa terceirizada não efetuou os pagamentos dos funcionários e eles entraram em greve. A GREsabe, professores e alunos estão assustados. Diante de tanto horror, o estado ainda colabora com este descaso.

  3. Jucicleide disse:

    Muito triste isso .mais aqui em Juazeiro também tem muitas escolas sem vigilância. Aí vão deixa acontecer o pior para tomarem providencia .ai vem com indenização a família e tudo mais ,mais o dinheiro não vai trazer meus filhos de volta não .E o que eu quero é meus filhos .para as autoridade de Juazeiro e Petrolina. Pelo amor de deus vamos fazer alguma coisa enquanto e tempo.

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