O Instituto Trata Brasil divulgou um estudo que alerta que boa parte das cidades brasileiras pode enfrentar racionamento de até 12 dias até 2050. Embora o Nordeste seja apontado no levantamento como uma das regiões mais suscetíveis à seca, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) reforça que não há riscos de desabastecimento nos 368 dos 417 municípios baianos onde opera sistemas de abastecimento.
O estudo intitulado “Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas”, divulgado no final de outubro pelo Trata Brasil, em parceria com a consultoria Ex Ante, avalia que a demanda por água tratada no país deve crescer 59,3% nas próximas duas décadas, impulsionada pela elevação das temperaturas, expansão das cidades e avanço econômico.
Para evitar casos drásticos de racionamento, como já acontece em outros estados, o presidente da Embasa, Gildeone Almeida, afirma que a Bahia tem lidado há décadas com o combate a estiagem e no cenário desafiador de levar água tratada para o semiárido. “A Embasa, empresa pública à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), tem atuado de acordo com as diretrizes do Governo do Estado em investir em infraestrutura e tecnologia, de forma planejada e antecipada, para evitar racionamento de água tratada nas cidades baianas”, destaca.
A Embasa opera na Bahia dois dos maiores empreendimentos de infraestrutura hídricas já executados em áreas do semiárido. A Adutora do São Francisco, em operação desde 2013, recebeu investimentos de R$ 1 bilhão do PAC, para captar e tratar água do São Francisco e distribuir para 350 mil pessoas na região de Irecê. Já a Adutora do Algodão, com investimentos do PAC da ordem de R$ 196,7 milhões, garante, desde 2012, o abastecimento de água captada no rio São Francisco, beneficiando mais de 280 mil baianos em cidades como Guanambi, Malhada, Caetité e Lagoa Real, além de localidades rurais da região.


