Inadimplência atinge 7,8%, a mais alta em 5 anos, diz BC

por Carlos Britto // 23 de dezembro de 2008 às 21:00

A inadimplência das pessoas físicas nas operações de crédito em novembro atingiu 7,8%, o nível mais elevado desde agosto de 2003, quando era de 7,9%. As informações são do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes.

“Este é um dado que tem de se observar porque vem aumentando”, afirmou.

Ele disse que, apesar da queda na taxa de juros média cobrada das pessoas jurídicas (que passou de 31,6% em outubro para 31,2% ao ano em novembro), o spread para as empresas atingiu o nível mais elevado da série, iniciada em julho de 1994: 18,3 pontos porcentuais. O spread é a diferença da taxa entre a captação dos recursos e a praticada ao tomador final.

Altamir informou ainda que a taxa de juros e o spread cobrados de pessoas físicas atingiram em novembro os níveis mais elevados desde março de 2006. Os juros médios para as famílias ficaram em 58,7% ao ano no mês passado, enquanto o spread atingiu 43,6 pontos porcentuais. Em março de 2006, esses indicadores estavam em 59% e 43,9 pontos porcentuais, respectivamente. Segundo Altamir, os juros e spread mais altos cobrados das famílias neste momento refletem o aumento na aversão ao risco por parte das instituições financeiras.

Crédito

O BC espera um crescimento de 16% no volume de crédito em 2009, alcançando a marca de 43% do PIB, segundo Altamir. Em novembro, a relação entre crédito e PIB ficou em 40,3%. O BC espera que esse indicador feche o ano de 2008 em 40,5% do PIB, o que significa uma expansão de 31% do crédito em 2008 ante 2007.

O volume de crédito livre em dezembro até o dia 11 teve crescimento de 0,7% em relação a igual período de novembro, de acordo com ele. Para a pessoa física, o crédito teve uma queda de 1,1% até o dia 11 e para a pessoa jurídica subiu 2,1%.

A taxa de juros média do crédito em dezembro até o dia 11 ficou estável, em 44,1% ao ano – mesma taxa verificada em novembro. Para pessoa física, os juros subiram 0,8 ponto porcentual, para 59,4% ao ano. E para pessoa jurídica, a taxa caiu 0,2 ponto porcentual, a 31% ao ano.

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