Homens relatam suposto aumento peniano após uso de Ozempic

por Carlos Britto // 16 de junho de 2025 às 12:20

Foto: reprodução

O uso da semaglutida, substância presente em medicamentos como o Ozempic, tem ganhado espaço nos consultórios e nas redes sociais. Agora, as canetinhas emagrecedoras chamam atenção por um novo motivo: alguns homens relatam a percepção de aumento peniano durante o tratamento. Mas será que isso é real e tem explicação científica? Segundo o Dr. Luís Henrique, médico do Núcleo GA, esse efeito tem explicação médica e não representa o crescimento real do órgão. “O que ocorre é que, com a perda de peso, especialmente na região abdominal, há uma redução da gordura que recobre a base do pênis. Isso dá a impressão visual de que o órgão aumentou, mas, na verdade, é uma ‘redescoberta’ anatômica, e não um crescimento estrutural”, pontua.

Outro ponto real destacado pelo médico é a melhora na função erétil. “A perda de peso e o controle metabólico promovidos pela medicação favorecem a função endotelial e aumentam a biodisponibilidade de óxido nítrico, substância essencial para a ereção. Isso pode levar a ereções mais rígidas e duradouras, o que reforça a percepção de ganho peniano”, explica.

No entanto, o Dr. Luís Henrique destaca que a semaglutida não é indicada para aumentar o pênis, nem substitui o tratamento adequado da disfunção erétil. “Esse benefício é indireto e varia conforme o perfil de cada paciente. Não se trata de um efeito garantido, e sim de uma consequência da melhora global da saúde”, ressalta. O médico aponta ainda a importância de evitar expectativas irreais, especialmente diante de depoimentos viralizados na internet. “É importante que o paciente entenda os limites da medicação. A orientação médica é fundamental, inclusive para ajustar as expectativas e evitar frustrações”.

Com mais de 250 mil estudos científicos relacionando obesidade e disfunção erétil, o médico reforça que o emagrecimento saudável pode contribuir para a saúde sexual do homem. Mas isso deve acontecer com acompanhamento multidisciplinar, envolvendo urologistas, endocrinologistas, nutrólogos e psicólogos. “A melhora na autoestima, na vascularização e na função erétil pode acontecer, mas deve ser tratada como um benefício secundário. A base de tudo ainda é o cuidado médico responsável”, conclui.

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