Família de mulher assassinada pelo ex em Petrolina recebe com alívio condenação do réu: “A justiça deu o que ele merece”

por Carlos Britto // 04 de outubro de 2019 às 15:30

Julgamento aconteceu no Fórum Dr. Souza Filho. (Foto: Wanderley Alves/Rural FM)

A família de Patrícia Maria de Souza, de 31 anos, assassinada no dia 29 de maio deste ano em Petrolina, recebeu com alívio a condenação do ex-companheiro dela, o ex-policial militar Vanduir Ferreira de Lima, de 52 anos. Após quatro horas de julgamento no Fórum Dr. Souza Filho, a sentença saiu no início da tarde de hoje (4). Vanduir foi condenado a 26 anos e três meses de reclusão, além de indenização de 100 salários mínimos.

A mãe da vítima, Maria de Fátima Souza se diz aliviada. “A sentença foi justa, mas não alegra ninguém. Foi uma vida que se foi. Por mais que aconteça, ninguém fica feliz, porque nós perdemos de verdade, sem volta. Para mim acabou o mundo. A justiça foi correta, nem mentiu nem aumentou, só deu o que ele merece”, desabafa.

Dona Maria diz que vive uma mistura de sentimentos. “Eu não sei nem o que eu digo. Eu tenho ódio, eu tenho tristeza, eu tenho saudade, eu tenho pena, eu tenho tudo. Eu não sei por que ele [Vanduir] chegou a esse ponto, só Deus sabe. Eu só entrego nas mãos de Deus, que a justiça seja feita”, explica ela.

O promotor de justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Érico Oliveira, falou sobre a condenação. “O Corpo de Sentença acolheu, na totalidade, os argumentos do MPPE. O réu foi condenado a 26 anos e três meses de reclusão e uma indenização para restituição dos prejuízos, motivo de 100 salários mínimos para as duas crianças que ele tinha com a vítima. Ele tem o direito de recorrer, ainda não é conclusivo”, explica. “Dentro dos princípios legais da legislação e com as provas produzidas nos autos, não tenho dúvida que foi feito justiça”, destaca o promotor.

Para Sandra Maíra de Souza, irmã da vítima, a sentença poderia ter sido maior. “Eu achei justo, mas ele poderia ter pego [uma pena] maior. A gente achava que ele poderia pegar 30 anos, mas 26 foi justo, sim. Minha irmã não volta mais, mas eu acredito que ele vai pagar pelo o que fez”, diz ela.

A defesa do réu não quis falar com a imprensa. O júri foi formado por quatro homens e uma mulher e o julgamento conduzido pela juíza Elane Brandão. “O Conselho de Sentença condenou o réu pela prática de homicídio qualificado. Acato a decisão dos senhores jurados pela prática de homicídio qualificado pelo motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além da qualificadora do feminicídio”, destacou a juíza em seu pronunciamento.

O caso

Patrícia Maria de Souza foi assassinada a facadas no dia 29 de maio deste ano. O crime aconteceu na Rua Tchecoslováquia, no bairro da Areia Branca, zona leste de Petrolina, na casa da vítima. As filhas do ex-casal estavam na residência quando Patrícia foi atacada. Ela – que tinha medida protetiva – chegou a ser socorrida para o Hospital Universitário (HU), mas morreu ao dar entrada na unidade hospitalar.

Após o crime, Vanduir Ferreira de Lima fugiu de Petrolina para a cidade de São José do Jacuípe, na região de Capim Grosso, no norte da Bahia, mas foi preso no mesmo dia. Ele já tinha passagem pelo sistema prisional pela morte da ex-mulher e de dois homens na cidade de São José do Belmonte (PE), no Sertão do Pajeú.

Família de mulher assassinada pelo ex em Petrolina recebe com alívio condenação do réu: “A justiça deu o que ele merece”

  1. Edilberto disse:

    É de uma justiça assim que precisamos em todos setores da nossa sociedade, tem crimes que leva anos pra ser julgado a rapidez desse caso até nos da uma leve impressão que a justiça funciona a contento. Casos de políticos ladrões leva dezenas de anos até prescrever, é esse tipo de justiça que precisa ser adotado, inclusive com prazos estipulados pra conclusão do processo.

  2. Pé no Saco disse:

    O que vale um vida,o cara pegou 26 anos daqui a 5 tá na rua,deveria ter prisão perpetua neste país,mas com os políticos ladrões que temos nunca teremos esta alegria,pois eles tem medo de serem condenados.

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