Evento em Juazeiro na próxima semana vai estimular a doação de medula óssea

por Carlos Britto // 09 de setembro de 2017 às 14:33

Estimular as pessoas a fazer a doação é o objetivo do evento “Educação em saúde como estratégia na captação de doadores de medula óssea: O lúdico como ferramenta”, que será realizado na próxima semana (dias 14 e 15), na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA).

Na quinta-feira (14), das 16h às 18h, acontecerá o workshop “Esclarecendo dúvidas sobre a doação de medula óssea”, que reunirá profissionais da área e a comunidade em geral para explicar toda a campanha e os passos para se realizar a doação, desde o cadastro inicial para integrar a lista nacional de doadores, até as etapas de doação. O cadastro será feito das 9h às 12h e das 14h às 17h – nos dois dias.

Várias ações serão realizadas: apresentação teatral, música, poesia, palestras, jogos temáticos envolvendo as dúvidas dos doadores de medula, entre outros. Durante o evento será exibido um documentário feito com pessoas que estão precisando do transplante, aquelas que já receberam e com a mãe de uma pessoa que precisava, mas que não pôde esperar. A chance de achar um doador compatível de medula óssea no Brasil é uma em cada 100 mil.

Um dos organizadores do evento e professor do Colegiado de Farmácia, David Neri, explica que, além de conscientizar as pessoas sobre o cadastro, a proposta é sensibilizá-las. “A gente quer sensibilizar as pessoas, porque é um gestor de amor. Não basta você se cadastrar e, caso venha a ser chamado, não doar. Se você se propõe a fazer o cadastro, você está se comprometendo a fazer a doação. São muitas pessoas que precisam, e esse gesto é uma das missões mais nobres que existem”, frisa.

Sobre a doação, existem dois procedimentos mais conhecidos:

– Através de punções, quando a medula óssea é retirada de ossos da bacia. Esse procedimento dura cerca de 90 minutos e o doador volta às atividades normais na primeira semana. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.

– Há outro método de doação chamado coleta por aférese. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

A doação é totalmente segura e não causa riscos ao doador. Você vai doar uma coisa que não vai te faltar”, ressalta David Neri.

Os músicos Elisson Castro e Keu Dantas abraçaram a causa e vão participar do evento. Vale lembrar que para participar do workshop é preciso fazer a inscrição através do site do projeto Anjos da Medula Óssea (AMO). Os participantes terão direito a certificado. O transplante de medula óssea é necessário para pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como leucemia, anemia aplástica e linfoma.

Redome

A partir da retirada de 10 mililitros de sangue, o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome) fará a tipagem da amostra de acordo com as características genéticas do possível doador e cruzará os dados com as características dos pacientes. Quando detectada a compatibilidade, o possível doador volta a ser localizado para realizar novos exames clínicos. Durante o procedimento cirúrgico, apenas 10% da medula óssea do doador são retirados do interior dos ossos da bacia.

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